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[center]Entre a espada e a coroa[/align]
[tab=30]Convido-vos, nobres senhores, a acompanhar essa série de narrativas sobre a dinastia que elevou a Hungria de uma terra de pagãos ao bastião da Santa Igreja Católica. Na história “Entre a espada e a coroa”, título oriundo da escolha que o Rei Béla I foi obrigado a tomar, será narrado os anos entre 1073 a 1095, anos nos quais o Reino da Hungria viveu dias turbulentos. Espero que minha narrativa seja digna de vossas senhorias e desejo-vos uma boa leitura.
Então galera, vou começar uma AAR de CK2(que não aparece muito por aqui), jogando com o personagem Géza da família Árpád. Prometo que dessa vez acabo a AAR(até porque o jogo já está jogado). Essa será uma mini-AAR porque o período de tempo será curto. O enfoque dela é bem histórico, o objetivo aqui é muito mais contar uma história através do jogo do que atingir algum objetivo in-game. Por causa disso, eu alterei saves, traits de personagens e configurações do jogo a fim de permitir algumas situações que não seriam possíveis pela mecânica do jogo(por exemplo, dar claims a certos personagens). É bem provável que demore um pouco entre um capítulo e outro, mas é porque é final de semestre. Abaixo mais alguns dados:
Jogo: CK2 patch 1.092
Mod: CK2+ 1.020
Major DLCs: sword of islam, legacy of rome e the republic
Ano de início: 1073
Título: Duque de Nytra e Slovakia(Géza I)
Dificuldade: hard
Estilo de AAR: narrativa/roleplay
Espero que a galera curta a AAR tanto quanto eu curti jogar.
[tab=30]Em 1073, ano de início desta narrativa, Salamon I da dinastia Árpád reinava nas terras húngaras. Para conquistar a coroa húngara, Salamon se aliou ao Sacro Imperador Heinrich IV e casou-se com sua irmã Juditta. Salamon era filho de András I, rei deposto por Béla I, o campeão. Segundo Chronicon Pictum, livro escrito na época do Rei Louis I da dinastia de Anjou, o então Rei András, após o nascimento de seu primogênito, propôs a seu irmão Béla que esse escolhesse entre a espada ou a coroa; a espada significava a renúncia ao título de herdeiro aparente, a coroa, a morte. Béla I optou pela espada, porém não se conformou com a traição de seu irmão e se exilou no Grão-Ducado da Polônia, onde pediu o auxílio à Boleslaw II, o audacioso. Lá, além de auxílio, ele conseguiu apoio para invadir a Hungria e depor seu irmão no ano de 1060.
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[center]Salamon perde sua coroa para Béla[/align]
[tab=30]O reinado de Béla não durou muito, pois ele morreu 3 anos após tomar a coroa para si. Salamon assumiu então como Rei aos 9 anos, entretanto as agitações não estavam no fim. Os filhos do Rei Béla fugiram para a Polônia e logo em seguida da saída das tropas imperiais da Hungria, Géza, László e Lampert retornaram ao reino acompanhados de tropas polonesas. Como os dois lados queriam evitar uma guerra, um acordo foi firmado: as terras antes de Béla I, aproximadamente um terço da extensão territorial do Reino da Hungria naquele momento, seria distribuída entre os três, o que viria a ser conhecido como Tercia pars regni.
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[center]mapa da Hungria em 1073: as terras em azul são de Géza; as em marrom, de Lampert; as em rosa claro, de László; todas elas constituem Tercia pars regni[/align]
[tab=30]Embora o relacionamento entre os príncipes e o rei húngaros não tivesse sido muito bom, houve um entendimento. Tanto Géza como László integravam seu conselho e Géza era uma figura muito respeitada e admirada em todo reino. Uma prova disso foi a rendição de Belgrade, tomada do Império Romano do Oriente por Salamon em 1072, diretamente ao príncipe, além de uma coroa enviado pelo próprio Imperador Mikhaēl VII Doukas como reconhecimento da nobreza de Géza. Obviamente, Salamon preocupou-se que ocorresse consigo o que aconteceu ao sei pai, e além de Géza, o seu irmão, Dávid, poderia ser um reclamante ao trono. Assim, começou a aumentar a tensão no Reino da Hungria, e desse modo se explica porque o ano de 1073 foi fatídico para o futuro do reino e da dinastia dos Árpád.
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[center]árvore familiar dos Árpád[/align]
Curti o título… To escrevendo um livro e caiu certinho… peço permissão pra por “Entre a Espada e a Coroa” ou algo do gênero Aliais, ótima AAR, continua.
Por mim, pode usar o título. Como já foi dito, ele veio de uma lenda(se posso chamar assim) que o Rei András I, mesmo tendo feito seu irmão Béla I como herdeiro aparente, o desfez após o nascimento de seu primogênito, e esse pequeno teste foi para ver se o Rei Béla I faria a escolha certa, a espada, e se contentaria com um ducado, ou faria a escolha errada, a coroa, e perderia a cabeça. Para sorte dele o avisaram que a coroa seria a morte, e ele escolheu a espada, porém depois voltou e tirou o irmão do trono!
Caramba, faz tempo que eu não passo aqui no fórum, ta deserto mesmo, hehehe…
Tá legal a AAR, bem escrita. Continue! To pensando em começar uma AAR de CK2 em breve com o novo DLC chamado “The Old Gods”.
Valeu! E dou força, CK2 é um jogo pouco explorado aqui no fórum e que dá ótimas histórias por envolver personagens. E já aproveito e posto: o capítulo 1 deve sair semana que vem porque to na semana final do semestre, provas, trabalhos, então vai ter que ficar pra próxima semana.
[center]Capítulo 1: o fatídico ano de 1073[/align]
[tab=30]Assim que se iniciou 1073, o Rei Salamon I, preocupado com a sucessão da coroa, decidiu garantir o seu irmão, Príncipe Dávid, não pudesse se tornar uma ameaça no futuro. Para isso, reuniu os nobres húngaros em suas terras, logo após as comemorações da entrada do ano novo, e fez um pronunciamento que está presente nas anotações do então Bispo Hartvik Szentgyörgyi.
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[center]Retrato de Dávid após ser nomeado Bispo de Györ[/align]
[tab=30]Obviamente, Dávid aceitou a sua nomeação como Bispo de Györ e Salamon havia conseguido eliminá-lo da linha sucessória. Entretanto, nem os nobres e nem o papa ficaram satisfeitos com esse ato, e ele seria lembrado futuramente. Nos dias seguinte, os banquetes continuaram a Salamon resolveu dar títulos honoríficos a vários de seus vassalos. Géza foi nomeado Senescal, função de grande prestígio pois era responsável pela organização de grandes banquetes, torneios, e outras cerimônias, além de também ficar encarregado de cuidar do selo real.
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[center]Embora a nomeação tenha ocorrido em janeiro, a cerimônia só foi realizada em março do mesmo ano.[/align]
[tab=30]Para afastar Géza de suas terras e do reino, após a sua nomeação como Senescal, o Rei Salamon lhe conferiu a seguinte missão: ir até ao Reino da Croácia a fim de conseguir um tratado de não agressão com o então Rei Peter Krešimir IV da dinastia dos Trpimirović. Após a partida de Géza, que não permaneceu em missão por muito tempo, o então Conde Ottó de Szekesfehervar morreu e seu filho, Imre, herdou o título de conde.
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[center]Conde Imre de Szekesfehervar e sua esposa, Anna de Vas[/align]
[tab=30]Enquanto isso, o mestre espião do reino, Conde Keled de Bacs, tramava diminuir o poder dos Csanád, e para isso estava conspirando a fim de convencer o reino de que o Conde Elek de Temes e Csanád era um traidor. Em um trecho de seus memórias, o filho mais novo de Elek, Gyula, escreve sobre tais fatos:
[tab=30]Com o intuito de transformar a punição do Conde Elek em uma grande mostra de poder e também evitar uma rebelião, Salamon e Keled planejaram ardilosamente a maneira de prender Elek. Organizaram um grande banquete no início do ano de 1074 e convidaram todos os nobres, e em especial o Conde de Temes e Csanád que fora convocado a capital para pedir perdão ao rei. Quando Elek chegou ao castelo do rei, em Komárom, tentou provar a conspiração de Keled porém as palavras do rei foram: “Não quero vossas justificativas, quero somente a vossa submissão”. Inocentemente, Keled pediu perdão à Salamon e esse lhe garantiu o perdão e o convidou a se juntar ao grande banquete. Quando estavam todos reunidos, comendo, bebendo e conversando, o Rei Salamon I e protagonizou uma cena que seria eternizado pela Bispo de Esztergom em seus escritos:
[tab=30]Os dias a seguir foram agitados. Os filhos de Elek, Pongrácz e Gyula, com o suporte dos príncipes e duques, Géza, László e Lampert, tentaram intervir com Salamon para amanizar a punição do conde, porém o rei estava irredutível e esse crime deveria ser pago com a vida. No dia da execução, 24 de janeiro, mais uma vez o Rei Salamon surpreendeu e esse ato foi registrado por Gyula em suas memórias:
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[center]à esquerda, a execução de Conde Elek; à direita, nomeação de Imre como novo Conde de Temes[/align]
[tab=30]Obviamente, os nobres da Hungria reagiram a essa violenta demonstração de poder. Alguns nobres da Hungria, principalmente o Conde Pongrácz de Csanád, clamavam que Salamon deveria ser deposto e que Géza deveria ser coroado rei em seu lugar. O príncipe Géza que a princípio se mostrava contrário à idéia, aceitou a oferta após bula papal que desobrigava os nobres húngaros a seguir seu juramento a Salamon, e na presença de seus irmãos e de outros nobres, fora coroado Rei da Hungria conforme narrativa do príncipe e futuro rei Kálmán, filho de Géza:
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[center]retrato de Rei Géza I(embora não coroado oficialmente) junto com a sua esposa, Synadenos, em 1073[/align]
[tab=30]Assim começava mais uma guerra pela coroa húngara…
Haha, ainda vai acontecer bastante coisa com ele. Não foi de bobeira que ele perdeu a coroa!
Enfim galera, minhas férias foram mais agitadas do que eu pensei, e como o próximo capítulo será grande(vai ser a primeira parte da guerra), é bem provável que demore um pouquinho. Mas, é aquela coisa: devagar e sempre.
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Aliais, ótima AAR, continua.
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