[center]Guifré de Barcelona
Capítulo I - Guerra Civil e Unificação
(867 - 872)[/align]
Este é Guifré de Barcelona, Rei de Aragão, Duque de Barcelona, Valência e Mallorca, temente a Deus e à autoridade da Santa Igreja, independente dos Karlings e inimigo ferrenho dos infiéis de Al-Andalus. Mas como ele chegou a este ponto? Para sabermos sobre tal voltaremos alguns anos, até o auge das invasões e saques promovidos pelos Homens do Norte.
Guifré era um humilde barão na cidade de Puigcerdà, na beirada dos Pirineus. Seus irmãos estão espalhados por Astúrias e Al-Andalus. Seu pai, Sunifredo, foi nomeado Duque de Barcelona no passado, o que lhe vale uma claim do título. Este está nas mãos de Bernard Gellones, inimigos dos demais duques. O odiado franco resolveu conceder a graça de nomear Guifré para ser Conde de Rosselo. Para comemorar o fato, realizou-se o casamento do novo conde com Ximena Íñiga, Princesa de Navarra. Durante o banquete e as honrarias, chega a notícia de que Bernat de Toulouse, junto de seus apoiadores, depôs o rei Louis II e assumiu seu trono na Aquitânia.
O vácuo de poder causado pela instabilidade dá a Guifré a oportunidade de colocar velhos planos em prática. Aproveitando-se do isolamento de seu susserano, começa a preparar suas tropas para o embate. No ano seguinte, seu mestre de espionagem informa que é o momento ideal para o golpe definitivo. Assim, o conde ordena às tropas que marchem para Barcelona. Populares aderem voluntariamente ao exército, liderados pelo bispo local.
Às portas da desejada cidade estavam o duque e seus generais e cerca de 2 mil soldados. Os revoltosos estava em menor número, cerca de 1800 cabeças. E o terreno era um ponto favorável ao duque. Mas nunca se pode duvidar da capacidade de um homem. Após o início da batalha, Guifré derrotou todos que vieram a seu encontro. Descido de seu cavalo, decapitou dois dos campeões a serviço do duque. Mutilou vários soldados. E do último arrancou sua espada junto com a cabeça do falecido. Este gesto assustou as tropas inimigas, que fugiram tomados pelo pavor. O duque ficou para trás e foi capturado pelos homens do bispo. Preso, foi levado para ser trancafiado em Narbonne.
Três anos se passam desde a entrada triunfal de Guifré em Barcelona. Longos anos de opositores insatisfeitos, conspirações e insistentes visitas de mensageiros do rei buscando apoio para se manter no poder. Até que em maio de 871 um homem estranho chega ao castelo do duque. Trajava longas vestes pretas e um turbante na cabeça. Trazia o estandarte de Qurtubah, denunciando que era um emissário de Al-Andalus. Ao duque e seus ministros ofereceu vassalagem e a conversão para a fé de Allah em troca de fidelidade e evitar derramamento de sangue. Como resposta, o duque enviou de volta as mãos do emissário. E assim Barcelona arrastou-se para uma guerra contra os muçulmanos.
Em julho, tropas infiéis chegam ao Condado de Urgell, nos arredores de Puigcerdà. Emergencialmente o duque contrata os serviços da Navarrese Band. Com as tropas adicionais e o fornecido pelos condes, o exército encurrala os servos do sultão. Os invasores recuam, dando tempo para as tropas se reagruparem.
O exército de Barcelona marcha para Larida (Lleida) e consegue ocupá-la parcialmente, até a chegada das tropas de camelos do sultão. Assim, Guifré põe em prática sua tática para enfrentar o inimigo: usa-se de isca e os atrai até Turtusha (Tarragona). Nos arredores de Sant Cugat, sua tropa pessoal encara os camelos. O que o inimigo não esperava é a chegada inesperada dos mercenários e do exército do Bispo de Vic. O que parecia uma vitória fácil para Al-Andalus se torna em uma retumbante derrota. Reforços estavam incapazes de ajudar o Emir do Algarve, pois as demais tropas estavam em guerra com Astúrias. Com isto, o emir foi capturado e exibido para o povo em Osona como um troféu de guerra. Atiravam pedras e vegetais para humilhá-lo. Diante desta situação, e da desgastante guerra com Astúrias, o sultão aceitou os termos de paz e cedeu Lleida e Tarragona para Guifré.
As terras originais dos catalães estavam unidas. Flores eram jogadas nas ruas e os soldados eram saudados como heróis. Enquanto isso, o duque planeja seus próximos passos.