[center]Capítulo 3: Um Tempo para a Dor[/align]

Após a minha conquista, a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi reafirmar a minha autoridade. Se eu tivesse vassalos, eles certamente estariam irritados.
Mas não fiquei muito tempo por lá: parti com meus homens, em buscas de riquezas. Sem falar que isso me deixará afastado de Gyda por um tempo, pelo menos até ela se acalmar e se acostumar com o novo lar.

Glod se infiltrou na corte de Haraldr. Logo nosso plano deverá dar frutos, mas não será nada fácil…

Após enfrentar as fortes tempestades do Outono, finalmente desembarcamos na costa galesa, pilhando tudo o que encontramos pela frente.

Um mensageiro vem até mim, com notícias de minha esposa, Svanhildr. Aparentemente, o pouco tempo em que eu permaneci em casa deu, literalmente, frutos.

Passamos a saquear as terras da Bretanha. Parece que eles estão ocupados em suas infinitas guerrinhas.

Recebi outro mensageiro, informando que Gyda deu a luz á filha de Ingólfr. Enviei uma resposta, na qual ordenei que a criança fosse entregue ao pai, atualmente refugiado na Escandinávia.

Um exército do lorde local, pouco mais de duas centenas de homens, começou a marchar em nossa direção. Com o dobro de homens, a derrota seria impossível.

Eu não poderia estar mais errado. Eles nos expulsaram de volta para nossos barcos, com sua infantaria pesada e seus cavaleiros de armadura brilhante. Malditos sejam, espero que voltem para casa e descubram o estrago que causamos.

Fomos saquear as terras do francos. Notei que o número de guerreiros sobrevivente era exatamente trezentos. Talvez isso signifique boa sorte.

Ou talvez não. Pelo menos conseguimos fugir dessa vez.

Conseguimos saquear em paz mais ao sul. Os rebeldes da região nos forneceriam a distração necessária, caso algum Lorde Karling aparecesse por aí.
Aproveitamos a nossa estadia em Bordeaux e saqueamos uma boa quantidade de vinho. Isso é muito raro no Norte, embora tenhamos cerveja por lá.

Recebo uma mensagem vinda de casa. Minha filha nasceu! É verdade que eu esperava um menino, mas tudo tem seu tempo… Me certificarei de saquear alguns brinquedos para ela.

Nosso vigia se embebedou demais e acabamos atacados de surpresa. Metade dos meus homens morreram, e o resto deles parece um tanto decepcionado, eu devo dizer.

Voltamos para casa com uma quantia considerável de riquezas. No entanto, não pude comemorar.

Grande foi a minha tristeza ao saber que Sverker havia morrido durante a minha ausência. Meu mentor morreu devido a alguma doença, me disseram. Ele era um bom homem, gostaria de ter perguntado para ele mais sobre o meu passado. Em sua homenagem, mandei que os camponeses construíssem criptas embaixo do meu palácio, e lá ergui uma estátua em sua semelhança. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas depositada embaixo de sua estátua, que continha uma inscrição “Aqui jaz Sverker, o Mentor”. Descanse em paz, meu amigo.

Quando fui conhecer minha filha, recebi outro golpe do destino: descobri que ela estava doente, e que dificilmente sobreviveria a infância. O que mais de errado pode acontecer?

Tive que nomear alguém para o cargo de Sverker. Sem muitas opções, escolhi Tryggve. Muito me dói ver aquele glutão se sentando na cadeira do meu Mentor.

Glod me serviu lealmente todo esse tempo, então conferia ela a honra de ser minha regente, caso eu precise de um.

Svanhildr veio reclamar sobre as minhas frequentes ausências. Depois de tudo que vem acontecendo, não estava com muita paciência para discussões e simplesmente a presenteei com um par de brincos que saqueei na França. Ela pareceu gostar muito, e se tornou muito mais compreensiva, me confortando nesses tempos infelizes. Eu sei que é difícil de acreditar, mas acho que estou apaixonado pela minha esposa. Não me julguem.

Com o tempo, percebi que seria impossível assassinar Haraldr. O Mestre Espião dele, Björn é extremamente habilidoso, e sabe como proteger o seu lorde. Então, cheguei á conclusão que teria que mata-lo primeiro, se eu quisesse chegar a Haraldr.

Afim de ampliar minhas riquezas, organizei uma nova expedição de saque. Mas dessa vez, preferi ficar em casa, e enviei Eirikr em meu lugar. Por enquanto, eu não quero mais nada além de ficar em casa, com minha esposa e minha filha. Já passei tempo demais longe do lar.

Cerca de um mês depois, minha esposa falece, vítima de uma doença. Se os deuses existem, eles estão rindo da minha cara. Pelo menos eu estava aqui, para conforta-la em seu leito de morte, e para participar de seu funeral. Os artesãos locais fizeram uma estátua em sua semelhança, como foi com Sverker, que foi colocada nas criptas, juntamente com seus restos mortais. Lá, uma inscrição: “Aqui jaz Svanhildr, minha amada esposa”.
Agora, tudo o que me resta é minha pequena filha. Se eu a perder, então pouco me restará senão o ódio por este mundo cruel.