Em 1241: Os mongóis na Europa

A 10 de abril de 1241, as tropas mongóis derrotaram o exército do rei húngaro Belá e chegaram às portas da região do Danúbio e da Dalmácia.

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Após a morte de Gengis Khan, em 1227, seus sucessores concluíram a conquista do norte da China. No ano de 1240, destruíram Kiev, na atual Ucrânia, e avançaram em direção à Hungria. A Europa, entretanto, foi poupada de outras batalhas sangrentas.

O mês de abril de 1241 foi o apogeu das investidas mongóis no Ocidente. No dia 9, durante a batalha de Lignitz, na região da Silésia (Polônia), eles não só derrotaram as tropas teuto-polonesas, como também mataram seu comandante, Henrique 2º, liquidando, com ele, o sonho de um grande império silesiano.
No dia seguinte, derrotaram o exército do rei húngaro Belá, ficando às portas do Danúbio e da Dalmácia. Mas como se explica que um povo considerado bárbaro e selvagem, vindo do interior da Ásia, fosse capaz de tais façanhas militares?

Um de seus segredos eram os cavalos pequenos, fortes e ágeis, que não necessitavam de ferradura para escalar encostas rochosas e se satisfaziam com pouco alimento.

Outro motivo para o êxito militar dos mongóis foi sua organização, cercada de logística. Eles viviam em grupos muito unidos chamados de ordu, nosso equivalente a tribo ou clã. O chefe de um ordu era escolhido por seus méritos militares, mas o “berço” às vezes influenciava. Mais tarde, os europeus traduziram a palavra ordu para horda, que caracterizava as incursões da cavalaria mongol.

Esforços militares coordenados

Os meninos a partir dos 14 anos eram iniciados nas artes da guerra, num rigoroso treinamento diário; principalmente no manejo do arco e das rédeas simultaneamente. Embora sua estrutura não fosse clara para os ocidentais, as hordas de guerreiros que devastavam cidades inteiras obedeciam a uma hierarquia.

Divididos em centenas ou até milhares de combatentes, as missões destes grupos eram claramente definidas e controladas. Os soldados tinham à disposição uma malha de postos de suprimento, onde sempre havia cavalos descansados e alimentos.
Esses postos ou estações se estendiam por milhares de quilômetros, sendo abastecidos a partir da capital mongol, Caracórum. Apesar de operarem em ordus separados, os Khans trabalhavam num esforço militar coordenado.

Morte de Ogdai

Tendo conquistado a Polônia, os exércitos dos Khans se juntaram para tomar a Hungria, na época “portal da Europa”. No dia 11 de abril, depois de um combate violento, o exército do rei Belá foi exterminado e a Hungria ocupada. O próximo país na linha de conquista era a Áustria. Em 1242, os cavaleiros mongóis estavam às portas de Viena, quando os guerreiros foram chamados para Caracórum.

O soberano Ogdai havia falecido na Mongólia e os príncipes e líderes militares foram convocados à capital para a eleição do novo Khan. Este preferiu concentrar suas conquistas no Oriente e no sul da China. Mesmo sem terem tomado a Europa Ocidental, os mongóis mantiveram seu poderoso império até serem destronados pela dinastia chinesa Ming, em 1368.

Bárbaros burros e ignorantes.
OU pelo menos é o q a história tenta nos passar.

Na verdade, a Europa é que era assim, ahauhuahua… por isso q eles foram para a Ásia.

E não foi a primeira vez… vale lembrar q os povos muçulmanos durante muitos e muitos séculos foram mais avançados que os povos europeus.

Foi sob a “sombra” do Canato da Horda Dourada, que se projetou o Estado moscovita, embrião do Império da Rússia.
Os mongóis estão muito longe do que nós consideramos erroneamente como “bárbaros”. Quando chegaram na atual Rússia europeia, encontraram um Estado não-centralizado em fase de desagregação - a Rus’kievana. Englobando as áreas deste “Estado”, os mongóis avançaram até culminar com os acontecimentos narrados na matéria do DW. Com as experiências de conquista de “Estados” mais organizados (como a China) e com os problemas de sucessão dos Khan, os mongóis desenvolveram seus próprios modelos administrativos nos Grandes Canatos. Um modelo tecnicamente eficiente, ao menos no caso do Canato da Horda Dourada, era o qual os mongóis davam total autonomia às regiões conquistadas. Delas só exigiam duas coisas, através de uma administração “centralizada” baseada numa “descentralização”: tributação e homens para o exército.
Neste período também, surgiram as principais diferenças de “russos” que chegaram até nossos dias: ucranianos, bielorussos, russos, etc etc - as quais não existiam até então.

Tal modelo de administração era uma espada de dois gumes. Por um lado,os administradores mongois se beneficiavam por não terem grandes problemas com sublevações, já que a autonomia era garantida. Já de outro, o modelo era sujeito as próprias instabilidades de governança e disputa interna do controle, o que resultava numa diminuição de atenção sobre as vastas regiões do Canato.
Justamente o gume de instabilidade ocorreu no caso do Canato da Horda Dourada, que foi retraíndo suas capacidades de controle e administração. Neste mesmo contexto surge um principado fundeado na cidade de Moscou que, baseado na total centralização, começou a ter sucesso em agregar as regiões mongólicas.
Utilizando a esteira administrativa instalada pelos mongóis e mondificando conforme suas necessidades, o Estado Moscovita se expandiu rapidamente, mas não sem problemas, até se tornarem um verdadeiro Império, sob a égide de Ivan III, o Grande - o “czar de todas as Rússias”.

Moral da História: a dominação dos mongóis forjou e moldou a formação de um futuro Estado poderoso e decisivo para a futura balança de poder na Europa - o Império Russo.

Fonte: Meu curso de História Contemporânea da Rússia/URSS e A History of Russia and Soviet Union , de Michael Curran e David MacKenzie, Dorsey Pr; 3rd edition (December 1987)

Po, vendo essas matérias do DW, parece bem fácil escrever algo assim.

Show, show, show… é interessante ver essas repercuções…