Golpe de Estado em Honduras

Honduras suspende direitos civis por 72 horas

UOL Notícias*

O Congresso de Honduras aprovou na tarde desta quarta-feira (1) uma restrição “parcial” das garantias constitucionais por 72 horas, medida que havia sido proposta pelo governo interino do presidente Roberto Micheletti. A informação foi dada por parlamentares que participaram da sessão.

“A medida autoriza a prisão de pessoas por mais 24 horas e suspende garantias como a liberdade de associação e reunião, e o direito de livre circulação”, declarou a deputada Doris Gutiérrez, do partido Unificación Democrática, de esquerda.

Marcia Villeda, do partido Liberal, acrescentou que a iniciativa apresentada pelo presidente interino “é basicamente uma restrição parcial, que estará vigente junto com o toque de recolher”.

Micheletti assumiu a presidência depois que o então chefe de governo Manuel Zelaya foi deposto por por um golpe de Estado apoiado por militares e enviado ao exterior.

Zelaya, cujo apoio popular havia caído para níveis de 30% em meio à crise econômica, foi deposto quando promovia uma consulta não-vinculante sobre a reeleição presidencial. Essa consulta tinha a oposição da Justiça, dos militares e de setores do empresariados, dos políticos e da Igreja.

Pressão internacional

A Organização dos Estados Americanos (OEA) concedeu nesta quarta-feira um prazo de até 72 horas a Honduras para que Zelaya retorne ao poder ou o país será suspenso do grupo.

Um dia antes, Estados Unidos, União Europeia e países latino-americanos já haviam cerrado fileiras em torno do presidente deposto. A Assembleia Geral da ONU também aprovou uma resolução na qual pede a “imediata e incondicional” restituição de Zelaya como presidente “legítimo e constitucional” de Honduras.

“A resolução expressa a indignação do povo hondurenho e do resto da comunidade internacional”, disse o presidente deposto de Honduras, ao se dirigir à assembleia pouco depois da aprovação unânime dessa resolução.

A resolução condena “o golpe de Estado” ocorrido em Honduras que “interrompeu a ordem constitucional e democrática, assim como o exercício legítimo do poder”.

Os 192 países-membros da ONU estiveram também de acordo em pedir “a imediata e incondicional restituição do governo legítimo e constitucional do presidente de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales, e da autoridade legalmente estabelecida” no país.

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, nomeado no domingo pelo Congresso, ignorou o cerco internacional e nomeou na segunda-feira um governo de transição, com o qual planeja conduzir o país até as eleições em novembro.

Aliança de Zelaya com Chávez irritou elites

Magnata do setor madeireiro e de tendência liberal, a guinada de Zelaya para a esquerda e sua crescente aliança com Chávez irritaram as elites conservadoras boa parte da população de Honduras, o país mais pobre das Américas depois do Haiti e da vizinha Nicarágua.

Zelaya, presidente de esquerda eleito em 2005, foi retirado do Palácio Presidencial no domingo por um movimento militar e conduzido para Costa Rica, horas antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma na Constituição que tinha sido declarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema, e que pretendia introduzir a reeleição no país.

Em seu lugar tomou posse como presidente interino o presidente do Congresso, Roberto Micheletti. A iniciativa produziu a maior crise política na América Central desde a invasão do Panamá pelos EUA, em 1989.

Micheletti negou um golpe de Estado no país, mas advertiu nesta terça-feira ao presidente deposto, Manuel Zelaya, que os tribunais “têm uma ordem de captura” pronta caso decida ele retornar ao país.

Engraçado como na América Latina a história se repete com tanta frequencia. Será que um dia ela conseguirá aprender com seus erros?

É, daqui a pouco volta a monarquia no Brasil, e todos ficarão boquiaberos Muahahhaha

http://lolhehehe.com/20947/this-is-honduras.html

lol

Fidel diz que golpistas de Honduras não têm salvação

Em artigo publicado na noite de domingo, o líder cubano Fidel Castro criticou a deposição do presidente de Honduras e defendeu que não se negocie com os golpistas. “Com esse alto comando golpista não se pode negociar, é necessário exigir a sua renúncia e que outros oficiais mais jovens e não comprometidos com a oligarquia ocupem o comando militar, ou não haverá jamais um governo do povo, pelo povo e para o povo em Honduras. Os golpistas, encurralados e isolados, não têm salvação possível se o problema for encarado com firmeza”, diz Fidel.

Vermelho.org

Em um texto publicado por volta da meia-noite, na página oficial Cuba Debate, Fidel recomendou não ceder nenhum milímetro ante os militares e setores da oposição que apoiaram o golpe contra Zelaya. “Com esse alto comando golpista não se pode negociar, é preciso exigir sua renúncia e que outros oficiais mais jovens e não comprometidos com a oligarquia ocupem o comando militar, ou não haverá jamais um governo ‘do povo, pelo povo, para o povo’ em Honduras”, escreveu.

“Os golpistas, encurralados e isolados, não têm salvação possível”, acrescentou. Fidel Castro recorda em seu texto que os golpistas não contam com o respaldo dos Estados Unidos, que apoiou muitos golpes de Estado na América Central durante a guerra fria.

“Até a senhora (Secretária de Estado dos EUA, Hillary) Clinton declarou já em horas da tarde que Zelaya é o único presidente de Honduras, e os golpistas hondurenhos nem sequer respiram sem o apoio dos Estados Unidos”, escreveu.

Irmão de Fidel, o presidente cubano Raúl Castro condenou no domingo o golpe contra Zelaya, qualificando-o de brutal. “A época das ditaduras militares na América Latina já passou”, havia dito mais cedo o chanceler cubano Bruno Rodríguez. Zelaya foi levado à força para a Costa Rica, após ter sido sacado da residência presidencial por militares.

Confira a íntegra do artigo de Fidel Castro:

Um erro suicida

Na reflexão escrita na noite da quinta-feira, 25, há três dias, eu disse: “Ignoramos o que acontecerá esta noite ou amanhã em Honduras, mas o comportamento valoroso de Zelaya passará à história.”

Dois parágrafos antes, tinha assinalado: “Aquilo que lá aconteça será uma prova para A OEA e para a atual administração dos Estados Unidos.”

A pré-histórica instituição interamericana se reuniu no dia seguinte, em Washington, e, em uma apagada e fraca resolução, prometeu realizar as gestões pertinentes imediatamente para procurar uma harmonia entre as partes em conflito. Quer dizer, uma negociação entre o golpistas e o presidente constitucional de Honduras.

O alto chefe militar, que continuava a comandar as Forças Armadas hondurenhas, fazia pronunciamentos públicos em discrepância com as posições do presidente, enquanto só de um modo meramente formal reconhecia a sua autoridade.

Não precisavam os golpistas de outra coisa da OEA. Não lhes importou nada a presença de um grande número de observadores internacionais que viajaram a esse país para dar fé de uma consulta popular, aos quais Zelaya falou até altas horas da noite.

Antes do amanhecer de hoje, eles lançaram cerca de 200 soldados profissionais bem treinados e armados contra a residência do presidente, que, separando brutalmente a esquadra de Guarda de Honra, seqüestraram Zelaya, que dormia. Ele foi conduzido à base aérea, colocado à força em um avião e transportado a um aeroporto na Costa Rica.

Às 8h30 da manhã, conhecemos pela Telesur a notícia do assalto à casa presidencial e o seqüestro. O presidente não pôde assistir ao ato inicial da consulta popular, que aconteceria este domingo. Era desconhecido o que tinham feito com ele.

A emissora da televisão oficial foi silenciada. Desejavam impedir a divulgação prematura da traiçoeira ação através de Telesur e Cubavisión Internacional, que informavam dos fatos. Suspenderam por isso os centros de retransmissão e acabaram cortando a eletricidade em todo o país. Ainda o Congresso e os altos tribunais envolvidos na conspiração não tinham publicado as decisões que justificavam o conluio. Primeiro levaram a cabo o inqualificável golpe militar e depois o legalizaram.

O povo acordou com os fatos consumados e começou a reagir com grande indignação.

Não se conhecia o destino de Zelaya. Três horas depois, a reação popular era tal, que foram vistas mulheres batendo com o punho nos soldados, cujos fuzis quase caiam das suas mãos por puro desconcerto e nervosismo.

Inicialmente, os seus movimentos pareciam os de um estranho combate contra fantasmas, depois tentavam cobrir com as mãos as câmaras de Telesur, apontavam tremendo os fuzis contra os repórteres, e, às vezes, quando as pessoas avançavam, os soldados recuavam. Enviaram transportadores blindados com canhões e metralhadoras. A população discutia sem medo com os soldados nos blindados; a reação popular era surpreendente.

Ao redor das 2h da tarde, em coordenação com os golpistas, uma maioria domesticada do Congresso depôs Zelaya, presidente constitucional de Honduras, e designou um novo Chefe de Estado, afirmando ao mundo que aquele tinha renunciado, apresentando uma falsificada assinatura. Minutos depois, Zelaya, de um aeroporto na Costa Rica, informou todo o acontecido e desmentiu categoricamente a notícia da sua renúncia. Os conspiradores fizeram o ridículo perante o mundo.

Muitas coisas aconteceram hoje. Cubavisión dedicou-se completamente a desmascarar o golpe, informando o tempo todo a nossa população.
Aconteceram fatos de caráter totalmente fascista, que não por esperados deixam de surpreender.

Patrícia Rodas, a ministra de Relações Exteriores de Honduras, foi depois de Zelaya o objetivo fundamental dos golpistas. Outro destacamento foi enviado a sua residência. Ela, valente e decidida, se moveu rápido, não perdeu um minuto em denunciar por todos os meios o golpe.

O nosso embaixador tinha estabelecido contato com Patrícia para conhecer a situação, como o fizeram outros embaixadores. Num momento determinado, pediu aos representantes diplomáticos da Venezuela, da Nicarágua e Cuba que se reunissem com ela, que, ferozmente acossada, precisava de proteção diplomática. O nosso embaixador, que desde o primeiro instante estava autorizado a oferecer o máximo apoio à ministra constitucional e legal, partiu para visitá-la na sua própria residência.

Quando estavam já na sua casa, o comando golpista enviou o Major Oceguera para prendê-la. Eles se colocaram diante da mulher e lhe disseram que estava sob a proteção diplomática, e que só poderia mover-se em companhia dos embaixadores. Oceguera discutiu com eles e o fez de maneira respeitosa.

Minutos depois, entraram na casa entre 12 e 15 homens uniformizados e encapuzados. Os três embaixadores se abraçaram a Patrícia; os mascarados atuaram de forma brutal e conseguiram separar os embaixadores da Venezuela e Nicarágua; Hernández a pegou tão fortemente por um dos braços, que os mascarados arrastaram ambos até um furgão ; levaram-nos à base aérea onde conseguiram separá-los, e levam-na com eles.

Estando ali detido, Bruno, que tinha notícias do sequestro, se comunicou com ela através do celular; um mascarado tentou de arrebatar-lhe rudemente o telefone; o embaixador cubano que já tinha sido golpeado na casa de Patrícia, grita-lhe: “Não me empurre, porra!” Não me lembro se a palavra que pronunciou foi alguma vez usada por Cervantes, mas sem dúvida o embaixador Juan Carlos Hernández enriqueceu a nossa língua.

Depois o deixaram em uma rodovia longe da missão e antes de abandoná-lo lhe disseram que, se falasse, poderia acontecer-lhe alguma coisa pior. "Nada é pior do que a morte! ", respondeu-lhes com dignidade, "e não sinto medo de vocês por isso”. Os vizinhos da área o ajudaram a voltar à embaixada, de onde imediatamente comunicou-se mais uma vez com Bruno.

Com esse alto comando golpista não se pode negociar, é necessário exigir a sua renúncia e que outros oficiais mais jovens e não comprometidos com a oligarquia ocupem o comando militar, ou não haverá jamais um governo “do povo, pelo povo e para o povo” em Honduras.

Os golpistas, encurralados e isolados, não têm salvação possível se o problema for encarado com firmeza.

Até a Senhora Clinton declarou que Zelaya é o único Presidente de Honduras, e os golpistas hondurenhos nem sequer respiram sem o apoio dos Estados Unidos.

De pijamas até há algumas horas, Zelaya será reconhecido pelo mundo como o único presidente constitucional de Honduras".

Fidel Castro Ruz
28 de junho de 2009

América Latrina.

Tudo começou qdo o presidente eleito tentou mudar a constituição para permitir sua re-eleição (já discutimos isso aqui, os nazistas chegaram ao poder pelo voto) e a justiça apoiada pelos milicos não deixaram.

Falam em golpe de estado mas é só papagaiada.

Em resumo, o que uma nação nanica como esse tem para ocupar mais que 2 minutos do noticiário?

Fala sério.

Porra, mas de novo esse papo dos nazistas? Taqueopariu…

Ficar relembrando pra justificar um ato presente isso é ignorar as condições históricas, étnicas, econômicas e sociais de cada país.

E sim, foi golpe de Estado, porque não houve carta nenhuma. E não se salvam sistemas democráticos impedindo que o povo escolha.

O golpe de Estado que depôs o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, no último domingo, não é um acontecimento inédito na história do país.

Leia a cronologia de eventos ligados à situação política do país e à atual crise.

1956: Em outubro de 1956, um golpe militar destituiu o presidente Julio Lozano Díaz. Formou-se uma junta militar composta pelo general Roque J. Rodríguez, pelo coronel Héctor Caraccioli e pelo engenheiro Roberto Gálvez Barnes. A junta governou até 1957.

1963: Em outubro, o coronel Osvaldo López Arellano chegou ao poder depois de liderar um golpe de Estado, depondo o presidente Ramón Villeda.

Durante o governo de López, ocorreu uma guerra entre Honduras e El Salvador por questões migratórias e uma disputa sobre o traçado das fronteiras.

López Arellano governou até 1971, com um gabinete militar.

1972: Depois do breve mandato de Ramón Ernesto Cruz, López Arellano deu um novo golpe de Estado e governou até 1975.

Ele deixou o poder após um escândalo de suborno envolvendo uma empresa americana. Neste mesmo ano, assume a Presidência o coronel Juan Alberto Melgar Castro, por decisão do Conselho Superior das Forças Armadas.

1978: Melgar é derrubado por um golpe militar. Uma junta militar formada por Policarpo Paz García, Domingo Álvarez Cruz e Amílcar Zelaya Rodríguez governa Honduras até 1980. Durante seu mandato, a junta assina um tratado de paz com El Salvador.

Policarpo Paz García exerce o cargo de presidente até 1982, depois de ser eleito pelos partidos políticos no Congresso.

1981 - Roberto Suazo Córdova, do Partido Liberal de Honduras, de centro, é eleito presidente pelo voto popular, iniciando o primeiro governo civil em mais de um século. Apesar disso, a enorme influência do Exército na política do país não desaparece.

Dezembro de 2005 - Manuel Zelaya, do Partido Liberal, é declarado vitorioso nas eleições presidenciais.

Abril de 2006 - Entra em vigor um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O Congresso de Honduras havia aprovado o Acordo Centro-Americano de Livre Comércio (Cafta, na sigla em inglês) em março de 2005.

Honduras e El Salvador inauguram sua recém-definida fronteira.

Maio de 2007 - O presidente Zelaya ordena que todas as emissoras de rádio e TV exibam propaganda do governo duas horas por dia, durante dez dias, para combater o que diz ser uma campanha de desinformação.

Outubro de 2007 - A Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, resolve uma longa disputa territorial entre Honduras e Nicarágua.

O presidente Manuel Zelaya visita Cuba, na primeira visita oficial de um mandatário hondurenho à ilha em 46 anos. Os dois países haviam chegado a um acordo sobre seus limites marítimos depois de outra longa disputa.

Agosto de 2008 - Honduras, aliado antigo dos Estados Unidos, une-se à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) - uma aliança de líderes esquerdistas latino-americanos chefiada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um crítico ferrenho dos Estados Unidos. Zelaya disse que a falta de apoio internacional para combater a pobreza forçou-o a buscar a ajuda da Venezuela.

28 de junho de 2009: Depois de quase 30 anos de ordem constitucional, um golpe militar derruba o presidente Manuel Zelaya Rosales. Ele é retirado de sua casa e, com escolta militar, é levado ao aeroporto, onde embarca para a Costa Rica.

O Congresso indica Roberto Micheletti, que presidia o legislativo, como novo chefe de Estado até 2010 - medida fortemente criticada pela comunidade internacional.

Fonte: BBC Brasil

Blá, blá, blá… Qual o PIB de Honduras mesmo?

População: 8 milhões
PIB: 46 bilhões

Achei o PIB bem duvidoso.

Bem, queira ver o que aconteceria se os Militares tomassem o poder na Anarquia Federativa do Brasil, mas um país tão inútil como Honduras só serve de teste pra saber como Washington vai resolver essa parada.

Bala nos vermeios :stuck_out_tongue:
kkk

Pior q esses países são burrinhos mesmo, deviam se unir todos ao México xD

Entre Golpe Chavista do Presidente e Golpe na cara durados Militares… xDD… no fim tanto faz. o fim seria o mesmo para Honduras. xD

Golpe chavista onde?

Todo apoio aos militares de Honduras

Escolas e instituições públicas de Honduras fazem paralisação pela volta de Zelaya

[i]Do UOL Notícias*

Em São Paulo[/i]

As escolas e algumas instituições públicas de Honduras fecharam suas portas nesta quinta-feira (23) para pressionar pelo retorno do presidente deposto Manuel Zelaya, enquanto a tensão crescia no país após o fracasso do diálogo na Costa Rica, disseram dirigentes.

A tensão foi estimulada por uma onda de rumores, enquanto a mídia favorável ao governo interino de Roberto Micheletti alertava que o anunciado retorno de Zelaya ao país provocaria desordem e violência.

A associação de professores suspendeu as aulas nas escolas do país. Este mês, os alunos tiveram apenas três dias de aula devido ao conflito político. O sindicalista Juan Barahona, que apoia a restituição do presidente deposto no golpe de Estado de 28 de junho, disse que trabalhadores de diversas instituições públicas também se juntaram à paralisação.

“As forças progressistas permanecem em pé de uma forma que não se via desde a Guerra Fria”, disse Barahona à agência de notícias AFP.

Personagens da crise: os protagonistas

Manuel Zelaya foi eleito presidente de Honduras pelo Partido Liberal (centro-direita) em 2005 e assumiu no ano seguinte, com mandato até 2010. Durante seu governo, aproximou-se dos governos de esquerda da região e Honduras passou a fazer parte da Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), bloco liderado por Venezuela e Cuba. Em junho deste ano, tentou promover um referendo para mudar a Constituição e permitir a reeleição presidencial, iniciativa que foi considerada ilegal pelo Parlamento e pelo poder Judiciário. No dia 28 de junho, quando iria levar adiante a votação, Zelaya, ainda de pijamas, foi expulso do país por militares e deposto do cargo de presidente

Roberto Micheletti, também do Partido Liberal, era presidente do Parlamento hondurenho quando Zelaya foi deposto. Assumiu a Presidência e defende que a manobra foi legítima, com o objetivo de proteger o país de um suposto golpe de Zelaya contra a democracia. Durante seu governo interino, que não foi reconhecido por nenhum outro governo, o país foi expulso da OEA e teve parte do financiamento externo congelado. Micheletti anunciou que Zelaya será preso caso volte ao pais

Zelaya promete retorno

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, prometeu iniciar o regresso a seu país nesta quinta-feira, em uma nova tentativa de recuperar o poder depois do fracasso das negociações para solucionar a crise política decorrente do golpe de Estado que o expulsou do país.

Zelaya considerou encerradas na quarta-feira as negociações para resolver a pior crise política das últimas duas décadas e decidiu jogar uma última cartada. O conflito tem como mediador o presidente da Costa Rica, Óscar Arias.

“Amanhã (quinta-feira) irei para três municípios na fronteira com Honduras”, disse na quarta-feira à noite em Manágua à rede de tevê Telesur, sem revelar quando, nem por onde atravessaria a fronteira.

O governo interino instalado em Tegucigalpa após o golpe de 28 de junho informou que Zelaya será aguardado com um mandado de prisão sob acusação de ter violado a Constituição ao tentar abrir caminho para a reeleição.

“Não posso prever o que vai acontecer”, disse Zelaya em entrevista telefônica à agência de notícias Reuters em Manágua.

Muitos temem que seu regresso desencadeie violência. Sua tentativa anterior em 5 de julho, quando tentou aterrissar em Tegucigalpa a bordo de um avião venezuelano, terminou em tragédia. Um jovem morreu ao ser atingido por disparos de militares que faziam a segurança do local.

As forças de segurança aliadas ao governo interino do presidente Roberto Micheletti reforçaram a vigilância na fronteira leste com a Nicarágua depois do anúncio da volta de Zelaya.

Mobilização para receber Zelaya
O líder campesino Rafael Alegría, principal liderança da Frente Nacional contra o golpe de Estado, disse à Reuters que a mobilização à fronteira seria na sexta-feira e que o presidente não entraria em solo hondurenho até sábado.

[i]Raio-X de Honduras

Nome oficial: República de Honduras
Capital: Tegucigalpa
Divisão política: 18 Estados
Línguas: espanhol, garifuna, dialetos ameríndios
Religião: católica 97%, protestantes 3%
Natureza do Estado: república presidencialista
Independência: da Espanha, em 1821
Área: 112.088 km²
Fronteiras: com Guatemala (256 km), El Salvador (342 km), Nicarágua (922 km)
População: 7.792.854 de pessoas
Grupos étnicos: mestiços 90%, ameríndios 7%, negros 2%, brancos 1%
Economia: segundo país mais pobre da América Central; dependente de exportação de café e banana; principal parceiro econômico é EUA
Taxa de desemprego: 27,8%
População abaixo da linha da pobreza: 50,7%[/i]

Enquanto isso, sindicatos e militantes de esquerda preparam nesta quinta-feira o terreno bloqueando o acesso norte à cidade de Tegucigalpa, uma estrada que liga a capital com a cidade industrial de San Pedro Sula e os portos do Caribe. “Vão aumentar os protestos em nível nacional”, disse Barahona.

A capacidade de mobilização de seus partidários caiu nas três últimas semanas desde o golpe.

Uma manifestação realizada na quarta-feira reuniu cerca de 500 pessoas, enquanto o governo interino mobilizou milhares de pessoas no centro de Tegucigalpa.

Mesmo assim, os manifestantes dizem que vão mobilizar milhares de pessoas na fronteira para receber a Zelaya.

As autoridades do governo interino ainda não rejeitaram formalmente a proposta do mediador Arias, de reconduzir Zelaya ao poder até que se encerre seu mandato em janeiro.

Alegaram que na quinta-feira colocariam o plano sob avaliação dos diferentes poderes do Estado. Entretanto, uma proposta similar foi rejeitada no domingo pelo governo interino, o que fez com que Zelaya considerasse encerradas as negociações sem esperar uma resposta formal da outra parte.

* Com informações da AFP e da Reuters

Golpe Chavista aonde? o cara queria mudar a constituição pra se eleger pra sempre, fora o apoio a Venezuela, etc. isso é chavismo puro!

Se o Zelaya tivesse ficado na dele e seguido a contituição vigente nao teria tido todo esse problema.