[font=Palatino Linotype][size=150][justify]De volta a Gardignon, René von Biller se dirigiu até seu gabinete no Palácio D’Iuris para conferir em qual estado ele se encontrava, uma vez que ainda não fora neste. Encontrando o bilhete do Chanceler, o Conde ajeitaria itens que haviam caído com o sismo e mando arrumar as janelas que foram estilhaçadas.
Logo mais iria até a Chancelaria.[/align][/size][/font]
[justify]Aproveitando seu gabinete na Procuradoria Geral Imperial, o Conde René von Biller pôs-se a realizar alguns certames administrativos do governo da Gardenha e outras pendências internas.[/align]
[font=Palatino Linotype][size=150][justify]Cabisbaixo, o outrora Procurador-Geral Imperial, termina de recolher todos os seus pertences e esvazia totalmente sua sala, enquanto um funcionário tranca sua sala. Findava-se uma gestão marcada por conturbações, erros e acertos. No fim, René estava de consciência tranquila.
Dali, iria tomar uma carruagem até um hotel.[/align][/size][/font]
[justify]O recém-indicado Procurador-Geral, Ródion Desslock-Yefimov, entrou em seu novo gabinete. Da última que estivera no Palácio foi como Juiz Imperial. Ele estava, sinceramente, feliz com o retorno à capital. Por mais que adorasse o ar das montanhas da Dracônia, a agitação da política da capital era mais do seu agrado. Sentou-se à sua mesa, e entrou a secretária da Procuradoria, que lhe comunica recentes afazeres do Procurador, e o que esperava sua ação. Com sua saída, o Procurador voltou ao trabalho.[/align]
[font=Garamond][size=150]O Chanceler entrou na antessala do gabinete trajando o seu tradicional terno preto e com a sua fiel bengala ao seu lado.
Bom dia, o Procurador está?[/size][/font]
[justify]Quando o funcionário da Procuradoria estava prestes a dizer um sonoro “Não” ao Chanceler, Ródion entra no gabinete. Trajando um redingote negro e uma cartola, à meio-dia, com sua pasta e bengala.[/align]
[justify]— Bom dia, Vossa Excelência. Como posso ajudá-lo?[/align]
Bom dia excelência, eu gostaria de conversar com o senhor sobre o caso do tal “papa” que está preso na Gendarmeria, podemos ir ao seu gabinete?
[font=Times New Roman]— Sem dúvida — O funcionário abriu a porta do gabinete — Entremos, então.
O Procurador tirou sua cartola, e entregou a bengala ao funcionário, entrou no gabinete, sentou-se e abriu sua pasta. Colocando alguns papéis sobre a mesa.
— Por favor, sente-se, Excelência.[/font]
Obrigado, não tomarei o seu tempo.
Creio que deves saber que o suposto papa apareceu em nosso porto e foi preso pelas nossas tropas, na última visita dele ele tentou atacar a capital e quase iniciou um conflito entre o Império e a Igreja, por isso eu gostaria que o senhor abri-se um processo contra ele, para que ele pague pelos seus crimes contra o Império.
[justify]— Muito bem. O que me preocupa, e Vossa Excelência deve compreender, é o estatuto dele como chefe de estado estrangeiro. Chefes de Estado, possuem imunidade diplomática, nesse caso. Podemos forca-lo a sair de Gesébia, mas abrir um processo, talvez nos seja impossível. — ele para por um momento — A permanências, de Leão XIII em terras gesebianas foi o que me impulsionou a declarar o Conde Biller como Regente, e creio que o Poder Moderador pode cuidar disso, afinal, sua presença e sua detenção por autoridades governamentais pode enfurecer católicos. E apesar de que isso iria me deixar muito satisfeito, temo que não podemos, ou temos bases legais para processar um chefe de estado estrangeiro.[/align]
Algumas das minhas fontes na Europa relataram que Leão não é mais papa desde o ano passado, então além dele tentar nos atacar ele também fingiu representar um povo que não o reconhece mais como o seu líder.
— Perdão, Vossa Excelência, mas por questões de justiça, legitimidade, e toda a formalidade com a qual o senhor já é familiar, preciso de fontes confiáveis, afinal, deveria estar em todos os jornais um Papa emérito. Isso nunca ocorreu na história. Seria mui notável. — ele acende seu cachimbo, e mostra o tabaco ao Chanceler, lhe oferecendo o fumo.
[font=Garamond][size=150]Concordo com vossa excelência, por isso já enviei uma carta para o papado, para obter informações oficiais. Isso pode demorar um pouco, por isso eu gostaria que o senhor já preparasse a papelada para quando o momento chegar.
Obrigado, mas não - diz o Chanceler sorrindo. [/size][/font]
— Excelente. Com uma declaração oficial, poderíamos agir. Agiu bem, Vossa Excelência. Mas, mais uma vez, caso tal fato se comprove, nós poderíamos apenas deportá-lo para que o verdadeiro e legítimo Sumo Pontífice o julgue — ele traga o cachimbo — O senhor deve saber que ele chegou aqui com um navio e homens dos Estados Pontifícios, assim, isso é uma forma de revolta e traição para com o seu país de origem. A justiça gesebiana só o poderia deportar.
Exatamente, eu pretendo requisitar ao papado que nos permita julga-lo, mas deixaremos que o papado aplique a pena dele, seja qual for. Creio que assim ambos os povos ficarão satisfeitos.
— Excelência, o que você diria se o vosso filho fizesse algo errado, então, eu decidisse que ele deve ser espancado e ficar de castigo, mas que você deveria aplicar a penas? Suas mãos aplicando um castigo em seu filho, com o qual você nem mesmo teve uma voz na decisão. Me diga, você concordaria? — Obviamente, eu jamais daria tal castigo, mas sentenciar um homem a prisão ou execução, é a isso que se pode aproximar.
Esse falso papa violou as nossa leis e creio que também infringiu as leis do papado ao se passar por um representante do mesmo. Creio que o atual representante da igreja concordará com a punição que dermos a ele, quanto a quem vai aplicá-la, se não for eles nós o faremos.
— Ainda assim, os cidadãos de uma nação, são como a prole de um homem. A punição deve ser medida, decidida e aplicada pelo pai. Eu apoio a deportação, Vossa Excelência, não temos base legal para agir de outra forma, e assim sendo, a Procuradoria agirá de modo a possibilitar a mais rápida deportação possível, do falso Papa e dos homens que vieram com ele. E o Eudóxia II deveria ser incorporado pelas nossas Forças Armadas, assim como armas, munições e suprimentos encontrados com os deportados, como uma compensação. Seria justo.
Concordo. Falarei com o regente para saber se ele quer lidar com isso ou se eu devo conduzir essas conversações. Obrigado por ter me recebido excelência, lhe comunicarei caso o papado envie alguma informação.