
[size=150][font=Times New Roman]Levando cerca de 30 minutos no deslocamento à cavalo, adentramos nas cercanias de Quartieri de Immigrati, através da Via Appia, quando logo avistei 3 homens trabalhando na remoção de galhos que obstruíam parcialmente a estrada.
Abordando o trio, perguntei:
- Bom dia senhores, eu sou o Coronel Wilhelm von Steindorff-Bayern. Estou procurando propriedades rurais… fazendas que estejam a venda, os senhores sabem de alguma aqui pela redondeza?
Todos os 3 deram-me igualmente bom dia e o mais velho deles - pela sua aparência, respondeu-me:
-Olha Sr. Coronel, estávamos falando disso agora. Semana passada morreu o Conde di Vastogirardi, antigo membro da Corte Romaniana. Pelo que sei, ele deixou uma viúva e uma única filha, que já casada e mora na Europa. Ouvi rumores que esta filha veio para acompanhar os últimos momentos do pai e que planeja retornar a Europa levando consigo a viúva Condessa di Vastogirardi. Talvez eles queiram vender a propriedade, o Sr. poderia dar uma olhada por lá.
Agradecendo ao grupo, pergunto como faria para chegar ao local e eles me informam que eu deveria seguir 200 metros a frente que eu veria uma estrada vicinal, que ligava a casa da propriedade à Via Appia. Então, seguimos o caminho a frente e em poucos minutos alcançamos o casario que ali jazia. Mui linda era a propriedade embora fosse visível que necessitava de reformas e uma pintura. Assim sendo, caminhei até a porta, sendo atendido pelo mordomo, apresentei-me e solicitei para ter com a Condessa, então o mesmo fez-me entrar, enquanto os ulanos aguardavam do lado fora.
Por conseguinte, sentei-me em uma poltrona na biblioteca e eis que despontou na porta uma velha senhora, vestida de preto, apoiava-se em uma bengala com o cabo esculpido em marfim, que dirigiu-se a mim:

- A que devo esta honra, Coronel Steindorff-Bayern?
- Bom dia Condessa - respondi. Primeiramente eu gostaria de lhe prestar minhas condolências. Pois bem, não quero por demais me delongar, então vou direto ao ponto. Estive a saber que com a partida do seu estimado marido, vós intenciona vender esta propriedade. Essa informação procede?
- Bem, Coronel - respondeu-me com a voz meio embargada. Após a morte de Giullo, não vejo mais futuro na Gesébia. Temos apenas uma filha, a Marie, que quer que eu vá para a Europa, viver junto dela e do esposo. Eu sinto muito em dizer isso, mas desejo sim vender esta propriedade.
- Entendo. Talvez nas atuais circunstâncias seja melhor que a senhora respire novos ares mesmo. Então Condessa, a senhora estaria disposta a vendê-la para mim? - Casei recentemente com uma alemã e estou procurando um bom lugar para me estabelecer com ela. Um lugar onde eu possa criar nossos filhos tranquilamente e onde eu possa receber meus amigos.
- Pois bem Coronel, creio que por uma quantia justa, esta propriedade poderia sim ser sua. Creio que o senhor deve ter notado que a ação do tempo recaiu sobre este palacete. No entanto, com uma rápida reforma, tudo poderá ficar como novo.
- Compreendo perfeitamente e creio que isso não será nenhum problema. E quanto a extensão de campo. A Sra. saberia me precisar quantos acres abrangem esta propriedade por inteiro?
- A medida exata eu não sei, mas lembro de ouvir recentemente o Giullo comentar algo entre 3 mil e 3100 acres.
Surpreso com aquele número, pergunto:
- Toda essa quantia? Tens certeza? Como vocês fazem pra manter tudo isso?
- Pelo que sei, há muito tempo temos parcerias com famílias de agricultores que cultivam pequenas extensões de terra. Em troca do arrendamento, elas nos fornecem víveres e uma participação anual em seus lucros, os quais eu não sei bem a porcentagem, mas é algo irrisório.
- Entendo. Bom Sra. Condessa, como tenho pressa quero aproveitar e lhe fazer uma proposta. Posso lhe pagar G$s 750.000,00, em dinheiro, numa transferência imediata.
- Ora, Sr. Coronel, o Sr. me pegou desarmada, eu não esperava por isso. Me parece uma boa quantia, mas eu preciso conversar com minha filha. O Sr. se importaria?
- Claro que não. Quando a senhora consegue me dar uma resposta?
- Bem, se o Sr. puder esperar, eu devo demorar alguns minutos, deixe-me ir até o quarto onde está Marie. Enquanto isso, Alfredo - chamou o Mordomo, mostre a casa para o Coronel, que eu já volto.
Assim sendo, fiz uma espécie de tur pelo palacete. Vi a sala de estar, o restante da biblioteca, a sala de jantar e a cozinha. Também conheci uma sala de reuniões e fui até um salão em anexo ao prédio principal, utilizado para reuniões de maiores portes. Passaram-se 30 minutos ou mais até que a velha Condessa por mim chamou:
- Coronel Steindorff, venha até aqui por gentileza - Dirigi-me então até a biblioteca, onde estávamos anteriormente. Por favor quero que conheça Marie, minha filha.
- Encantado - disse ao beijar a mão da dita mulher.
- Então Coronel - disse a jovem mulher, estive a conversar com a mamãe e decidimos vender esta casa ao senhor. No entanto, o Sr. deve prometer que não expulsará as famílias que aqui vivem e que também não fatiará a propriedade, vendendo-a em pequenas migalhas. Se aceitares essas condições, então a fazenda será sua.
- Mas é claro que eu aceito-as. De forma alguma pretendo por ao léu estas famílias. Se elas só beneficiam a propriedade e geram renda, não o porque de tal injustiça. Além disse, como sisse a sua mãe, pretendo viver os anos que ainda tenho pela frente aqui, então fique sossegada, pois não retalharei esta propriedade.
- Ótimo então. Amanhã nosso advogado procurará o senhor, basta que nos deixe seu endereço.
- Certamente - tomei um papel que me entregaram e com uma caneta escrevi ali o endereço do Hotel Lupus. Estou hospedado neste hotel, diga ao seu advogado para me procurar as 8h da manhã de amanhã. Foi um prazer conhecê-las.
Então levantei-me, despedi-me de ambas e fui conduzido a saída, onde os ulanos me aguardavam. Montamos em nossos cavalos e partimos de volta à Áquila, tendo em vista que já estava quase no horário do almoço.[/font][/size]