Mectron: MAR-1

Bom, para quem ja acompanha a novela não será novidade.

Mas é novidade este bonito artigo do pessoal do Plano Brasil. Então, pela excepcional relevância desta altíssima e sensível tecnologia de defesa nacional e pelo belo artigo, resolvi postar aqui para quem não leu.

É um passo sólido de tecnologia nacional que deste ponto em diante pode crescer muito.

Créditos:

Autor: Lucas Urbanski
Plano Brasil
http://planobrasil.com/2010/10/10/mecton-mar-1/

Orgulho deste Brasil!

brasil*

Vamos ver agora oq os amiguinhos dos EUA tem a comentar. Ja que para estes o Brasil não precisa desta tecnologia, não precisa se preocupar, os EUA são amigos, eles não fazem embargo a modernização de nossas FAs e claro, acham que nós não precisamos de uma caça com grande raio e etc. Melhor um f18 pelado mesmo… e deixa que do Atlântico a 4 frota cuida para nós!

O míssil MAR-1 (Míssil Anti-Radiação), teve seu desenvolvimento iniciado em meados do ano de 1998, tendo as primeiras fases do projeto sendo executadas pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial) com o objetivo equipar as aeronaves A-1 (AMX) da FAB (Força Aérea Brasileira). O míssil foi concebido para prover nossa força Aérea com uma arma capaz de destruir sistemas de defesa anti-aérea, além de alvos marítimos e terrestres.

Atualmente, de acordo com informações da FAB, o míssil já teria passado pelo teste de separação com a aeronave A-1B do GEEV(Grupo Especial de Ensaios de Vôo).

A principal barreira a ser superada no desenvolvimento desta arma foi o seu sistema de navegação (Plataforma Girométrica), sistema antes inexistente no país. Assim surgiu a necessidade de importação do mesmo, porém, esta tecnologia é considerada sensível e os países que a dominam não praticam a transferência de tecnologia ou a venda deste tipo de equipamento a qualquer país que esteja interessado em comprá-la.

No período de 8 a 12 de dezembro e 2008, foram realizados ensaios em vôo de um Bloco Girométrico Tri-axial (BGT), composto por três Girômetros a Fibra Óptica (GFO), desenvolvidos como resultado do Projeto GIROMAR coordenado pelo IEAv com a participação da empresa OPTSENSYS.

O BGT é um subsistema essencial à navegação do míssil anti-radiação MAR-1, desenvolvido pela empresa MECTRON. Os ensaios em vôo do BGT incorporado ao míssil MAR-1 foram realizados pelo GEEV, durante os primeiros ensaios de vôo cativo desse míssil em aeronave A-1 da FAB.

Testes de funcionamento e operacionalidade foram realizados durante e após a integração do BGT, os quais mostraram o sucesso na integração. Adicionalmente, os testes de funcionamento e operação realizados com o BGT após a série de vôos cativos mostraram o perfeito funcionamento dos GFO, demonstrando o sucesso nos ensaios de vôo cativo.

Desta forma, surgiu a necessidade de se desenvolver a partir do “zero” um Bloco Girométrico miniaturizado a Fibra Óptica com três eixos ortogonais, que fornecia ao computador de bordo todos os parâmetros necessários junto de seus acelerômetros para controle do míssil, garantido assim sua confiabilidade e precisão.

Outros obstáculos também tiveram de ser superados, como a cabeça de busca, que originalmente seria importada dos EUA mas que tiveram de ser desenvolvidas por empresas/órgãos nacionais, devido ao embargo do governo americano sob a alegação de que:

“não é interessante para a defesa americana o Brasil introduzir armamentos anti-radiação nessa região”.

Posteriormente ao desenvolvimento destas tecnologias em solo brasileiro, cenários simulados provaram que a cabeça de busca do MAR-1 teria a capacidade de detectar um radar de baixa potência a distâncias superiores a 500 km, no entanto, é bastante provável que estejam sendo desenvolvidas 2 cabeças de busca, sendo que cada uma opera em faixas distintas de freqüência, segundo fontes ouvidas pelo Plano Brasil, estas possibilidades ficarão disponíveis e a critério da FAB, que poderá escolher o sistema que melhor localizaria o alvo a ser atacado.

Informações iniciais sugeriam que o míssil teria um alcance efetivo de 25 km, porém estas informações foram logo desmentidas pela própria Mectron alegando que afirmava:

“Isto está totalmente fora da realidade, são dados de um estudo aerodinâmico que não foram atualizados. O alcance atual, demonstrado em testes, é muito, mas muito maior que isso, e vamos melhorá-lo ainda mais. Para que se possa ter uma idéia, há pouco tempo efetuamos um teste com um novo motor que era tão potente que derreteu o bocal de exaustão e a porção traseira do míssil, fazendo com que tivéssemos que reprojetar tudo. Agora, um número real e definido eu não posso fornecer. É sigiloso”…

Sua espoleta de proximidade foi desenvolvida pela empresa Opto Eletrônica, que além de fornecer equipamentos para o MAR-1, fornece também lentes, espoleta de proximidade e espelhos para os mísseis MAA-1 e MAA-1B.

O desenvolvimento desta arma permitiu a criação de 6 setups (modo de operação) que podem ser empregados na versão final do míssil, entre estes 6 modos, destacam-se aqueles que fazem a busca autônoma de alvos realizada pela própria cabeça de busca, que automaticamente capta as emissões eletromagnéticas em seu campo de visão e as classifica como “amigas” ou “inimigas” e as apresenta para o piloto, que faz a seleção do alvo, ou pode –se contar também com uma ampla biblioteca na memória do míssil para localizar um alvo em específico dentre os demais.

Desta forma, cabe apenas a FAB selecionar quais destes set ups serão devidamente incorporados e quais serão descartados.

Tendo em mente tais características do míssil, a FAB vai empregá-lo em aeronaves de alto desempenho contra radares diretores de tiro ou radares de vigilância, porém persiste a dúvida sobre o provável emprego do míssil como arma anti-AWACS, algumas fontes citam a capacidade Ar-Ar do míssil que poderia ser empregue contar aeronaves de alerta antecipado.

Seu real alcance é desconhecido, algumas fontes apontam para valores da ordem de 75 km de alcance, visto que o míssil sofreu várias alterações em seu projeto inicial, como a instalação de um motor mais potente, citado anteriormente.

Seu guiamento é do tipo passivo, sua espoleta é ativa a laser, tem um peso total de 274 kg, com a cabeça de guerra pesando na ordem dos 90 kg, tem um comprimento total de 4030 mm, um diâmetro de 230 mm.

O ângulo de visada é de aproximadamente 60º, fazendo com que a angulação de apresentação seja executado pelos lóbulos laterais da antena do radar alvo, com uma velocidade compatível entre Mach 0,5 e Mach 1,2.

Existem no mercado poucos mísseis semelhantes ao MAR-1, entre eles, destacamos o Shrike (EUA), Standard Harm (EUA), Alarm (Inglês) e o Armat (Francês).

Recentemente, um lote de 100 mísseis foi vendido ao Paquistão, em um negócio orçado em aproximadamente 85 milhões de dólares, cabe ressaltar que a versão comercializada internacionalmente difere da versão brasileira, tanto em autonomia, como em alcance de detecção entre outros perfis técnicos.

Este negócio causou um certo mal estar em relação a Índia, parceira do Brasil no bloco econômico BRIC’s, porém uma reunião extraordinária da CAMEX (Câmara de Comercio Exterior) aprovou a venda dos mísseis para o Paquistão, justamente na mesma época da reunião a Índia acusava o governo do Paquistão de responsabildiades nos atentados de Munbai.

Nesta altura um recuo do governo Brasileiro em relação a venda poderia ter sido um tiro no próprio pé, como muito bem atribuiu o ministro da defesa Brasileiro, Nelson Jobim:

“O negócio é com o governo paquistanês, e não com terroristas do Paquistão. Se cancelássemos o negócio, estaríamos atribuindo ao governo paquistanês atividades terroristas.”.

Como parte do acordo entre Brasil-Paquistão a parte Paquistanesa iria direcionar investimentos na área de produção do míssil, aumentando a escala de produção da Mectron de apenas 1 unidade mensal para aproximadamente 5 unidades mensais, garantido assim o suprimento deste armamento para as forças aéreas de ambos os países.

Como é óbvio, este tipo de míssil concede a Força Aérea Brasileira certa supremacia tecnológica em relação aos demais países da América do Sul, pois equipamentos similares a este são exclusivos a poucos países, desta forma ,a indústria nacional vai garantindo assim a integridade da soberania nacional.

A arma desenvolvida pode ser classificada como em estado-de-arte, a Força Aérea e a Mectron atingiram um nível considerável com este tipo de desenvolvimento.

Entretanto, não se deve deixar a “carroça passar”, faz-se necessário partir para novos projetos que garantam a futura independência de fornecedores externos, é necessário nacionalizar todos os componentes utilizados nestes mísseis e em outros quaisquer que sejam desenvolvidos.

Versões mais modernas e com capacidades acrescidas devem vir sequencialmente dando continuidade aos desenvolvimentos alcançados no MAR-1, preenchendo assim a necessidade de se ter Forças Armadas efetivamente capazes de cumprir as suas atribuições constitucionais.

Só não entendi o “antiradiação”

Simples, Artnus. radares emitem radiação para encontrar seus alvos, o míssil é projetado para destruir esses radares, então ele é guiado pela radiação lançada pelo radar, normalmente são enviados em missões SEAD. Na guerra moderna é primordial evitar o radar inimigo, então destruindo-o você já dá um belo passo.

É muito importante, como o glass falou, para a guerra moderna, ou guerra eletrônica.

Esse tipo de armamento faz parte, juntamente com outros, do início de um combate, pois ataca a capacidade de detecção do inimigo.

É uma tecnologia super sensível e que pouquíssimos países dominam. Leva anos a fio e muita grana para chegar a este ponto. Bom, hehehe quem sabe a história, sabe que o Brasil deu uns pulinhos ai, pois apreendeu um antepassado deste tipo de míssil de uma aeronave inglesa que adentrou o espaço aéreo brasileiro de forma ilegal, durante a guerra das malvinas. Piratiadinha básica, coisa comum neste meio.

Além do fator estratégico de defesa, existe um componente econômico importante. O Brasil vai vender ± a 1 milhão a unidade destas coisinhas. E cada vez mais nosso parque industrial de defesa, e principalmente a parte de misseis e lançadores sobe no mercado.

Na minha opinião.

Investimento na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias deve ser a coisa principal após o reaparelhamento dos itens principais, como FX-2, blindados, fragatas, subs.

Depois dessa etapa o principal investimento tem que ser no desenvolvimento tecnológico e na pesquisa, aproveitando aquilo que vir de transferência de tecnologia destas compras.

Eu creio que estas medidas possam ser aplicadas num período de tempo breve, como um mandato presidencial, por exemplo…
Acelerar todos os planos de modernização. Melhor desembolsar agora do que se preocupar com isso no futuro, e quem dirá às pressas.