[size=150][font=Kristen ITC][justify][tab=30]Sengoku, ou melhor dizendo, Sengoku Jidai quer dizer, literalmente, Período dos Estados em Guerra. E, basicamente, é o que houve no Japão da metade do século XV até o início do século XVII.
[tab=30]Tudo começou quando, após um período de quase duzentos anos de shogunato da Dinastia Ashikaga, a mesma começou a perder poder e influência, ocasionando no surgimento dos daimyos, lordes de origem camponesa que conquistaram imenso poder e prestígio em determinada região, com o Japão ficando dividido em grandes Clãs, de maneira muito parecida aos feudos medievais da Europa. Dentro desses Clãs, um intrincado sistema de vassalagem entre Lorde e vassalo permitia que diversas famílias diferentes fizessem parte do mesmo Clã, todos unidos sob a figura do Daimyo.[/align]
[center]Divisão do Japão em Kunis (regiões) e Chihôs (estados) no século XV[/align]
[center]Daimyo[/align]
[justify][tab=30]Sendo esta a situação do Japão na época, não é de admirar que, quando Ashikaga Yoshimasa ficou em dúvida sobre a quem passar o shogunato, se a seu filho ou se a seu irmão, em 1467 dois dos maiores e mais influentes Clãs da época, os Hosokawa e os Yamana, declararam a pretensão de suceder a Yoshimasa. O conflito conhecido como Guerra de Onin durou 10 anos, causou milhares de mortos e deixou a cidade de Kyoto (capital do Japão no período) arrasada, bem como diversas outras cidades.
[tab=30]Com isso, diversos outros daimyos, principalmente dos Clãs Hojo, Takeda, Uesugi, Mori e Iwagawa, iniciaram uma guerra civil, em busca de mais territórios e mais influência. Esse é o período que ficou conhecido como Sengoku Jidai. E quando os samurais deixaram de ser apenas guerreiros para tornarem-se uma classe de fato dentro da sociedade da época.
[tab=30]Durante os anos seguintes, em meio aos conflitos por territórios, alguns clãs com terras litorâneas lançaram-se ao mar, atuando como piratas e levando terror aos mares da Korea, China, Filipinas, Tailândia, Formosa, Indonésia, Malásia e Indochina. Não demorou a travarem contato com os portugueses, que, com seus navios maiores e armados com canhões, mostraram-se um enorme rival. Com o contato, portugueses começaram a desembarcar na ilha, levando o catolicismo e, pricipalmente, as armas de fogo.[/align]
[center]Navio japonês do séc. XVI[/align]
[justify][tab=30]Em 1543 um navio português aportou em Tagenashima, uma pequena ilha do arquipélago de Osumi, ao sul da Ilha de Kyushu. O daimyo local interessou-se grandemente pelos mosquetes levados pelos portugueses, comprando diversos e conduzindo, nos anos seguintes, pesquisas que levaram os metalúrgicos da ilha a melhorarem as armas e passarem a produzí-las em larga escala.
[tab=30]Em 1560, um jovem daimyo de 26 anos chamado Nobunaga Oda, com um exército de 3 mil homens derrotou, na batalha de Okehazama, o líder do Clã Imagawa, que contava com 30 mil homens em seu exército. Com essa vitória, Nobunaga iniciou uma série de conquistas, levadas a cabo principalmente por um trunfo: as armas de fogo.[/align]
[center]Nobunaga Oda[/align]
[justify][tab=30]Pouco valorizadas por serem consideradas pouco práticas no campo de batalha, já que a operação de carregar a pólvora, introduzir o projétil na arma e puxar o gatilho era muito demorada, as armas de fogo, ou arcabuzes, tornaram-se o trunfo de Nobunaga quando ele passou a usar grupos de quatro homens: o primeiro limpava a arma, o segundo a enchia de pólvora, o terceiro a municiava com a bala e o quarto concentrava-se em disparar, diminuindo o intervalo entre os tiros.[/align]
[center]Arquebusiers japoneses do séc. XVI[/align]
[justify][tab=30]Nobunaga também adotou o cristianismo, destruindo diversos templos budistas e shintoístas durante suas conquistas, inclusive massacrando certa vez cerca de 3 mil monges e seus familiares, incluindo mulheres e crianças.
[tab=30]Quando controlava toda a região central do Japão e preparava-se para iniciar outra onda de conquistas, Nobunaga Oda foi traído e assassinado, em 1582, por um de seus generais, Akechi Mitsuhide. Mas Mitsuhide foi logo morto e decapitado por Toyotomi Hideyoshi, outro dos generais de Nobunaga, que assumiu como novo líder militar do Japão, continuando a onda de conquistas iniciada por Nobunaga.
[tab=30]Hideyoshi introduziu a classe dos Samurais, que passaram de simples guerreiros a uma classe nobre que não precisava mais trabalhar entre as guerras para sobreviver, com direitos hereditários. Com isso, continuou suas conquistas até que, em 1591, ele já controlava quase todo o Japão. Chegou a enviar duas expedições de conquista à Korea, que acabaram derrotadas graças à aliança dos coreanos com os chineses.[/align]
[center]Samurai[/align]
[center]Samurai[/align]
[justify][tab=30]Em 1598 Hideyoshi, em seu leito de morte devido à uma doença, convoca um conselho de cinco regentes para governarem o país até que seu filho Hideyori, então com cinco anos, atingisse a maioridade. Mas os regentes se desentenderam, levando à uma luta aberta pelo poder, que culminou na Batalha de Sekigahara, em 1600. Mais de 160 mil samurais participaram do combate, que terminou com a vitória de Tokugawa Ieyasu, marcando o fim do Sengoku Jidai.
[tab=30]Em 1603 Tokugawa foi nomeado Shogun e transferiu a capital para Edo (atual Tóquio). A unificação do Japão, iniciada por Nobunaga e continuada por Hideyoshi, foi concluída de fato quando, em 1615, Tokugawa atacou o Castelo de Osaka e obrigou Toyotomi Hideyori, filho de Hideyoshi, a cometer seppuku. Com isso, Tokugawa e seus descendentes governariam o Japão nos próximos dois séculos e meio - até a Restauração Meiji, em 1868.[/align]
[center]Representação do Castelo de Osaka (Nagoya) do séc. XVI[/align]
[center]Castelo de Osaka hoje[/align][/font][/size]