Processo Penal nº 6 - Reu: Aidan M. von Valeyard

As pessoas saem do julgamento para fazer algum lanche e comentar sobre o que ocorreu até agora no julgamento. O Comissário acompanha tudo com olhos atentos e ao ver o senador Divilly aproxima-se dele:

  • Como vai companheiro! Podemos nos falar um pouco?

O Presidente do Senado, atordoado pela confusão do promotor em definir “constitucionalidade”, levanta-se e vai até o Comissário enxugando a testa suada com o plastrão cor de corvo que acabara de retirar num movimento nada elegante.

-Sim, Excelência, mas não aqui. Por Casimiro! Preciso de ar; vamos ao saguão.

-Conforme definido, a acusação fará sua última acusação, e a defesa fará sua defesa final.

[size=150][font=Garamond]Enquanto aguardava a acusação, o Chanceler teve uma breve conversa com o seu advogado.

  • Excelência, é minha impressão ou o procurador ficou sem argumentos? ele está enfeitando, pintando e repintando mas no final é sempre o mesmo argumento.

Sim Sr. Santos, eu também notei isso, mas vejamos qual será o “novo” argumento do Sr. Promotor.[/font][/size]

Silencioso e discreto, Divilly adentra o recinto.

O Comissário chega ao julgamento auxiliando na segurança do mesmo.

[font=Palatino Linotype][size=150][justify]- Nobres Jurados, Meritíssimo, Ilustres aqui presentes… - Iniciou René von Biller. - Não vejo a necessidade de estabelecer maiores falas aqui. Aquilo que havia para ser falado, apontado e assinalado assim o foi. Creio que não nos restam mais dúvidas quanto a culpabilidade presente sobre a pessoa do réu, o Chanceler… O Sr. Aidan Medeiros von Valeyard. Enquanto eu me dei ao trabalho de discutir complexos conceitos jurídicos concernentes ao Direito e à natureza deste processo, o réu meramente nos fez perder tempo com uma bazófia argumentativa, que apenas nos consumiu atenção e desperdiçou nosso tempo. Está mais do que claro que o réu agiu sob seus próprios interesses e não mediante os interesses do Estado Gesebiano.

René virou-se ao réu, olhando-lhe nos olhos, e prosseguiu:

  • Sou franco em lhes dizer o quanto me entristece o fato de precisar explanar sobre tantos conceitos de modo a desenganar-lhes e mostrar a culpa presente no réu, que incorreu indubitavelmente nos crimes presentes nos autos. Este julgamento representa mais do que isso… Representa o corolário aos nossos mecanismos legais e à maturidade do Estado Gesebiano. Representa a supremacia da vontade do Povo Gesebiano e da unidade da Nação! A mais preciosa possessão que nós todos temos neste mundo é o nosso povo! - Disse René voltando-se à audiência. - E por ele, somos impelidos às batalhas e à Justiça! Sem nunca recuar, sem descansar e sem perder a fé! Muitas foram as lutas que nossos Primeiros Pais travaram, não recebendo Gesébia como um presente, mas como fruto de seu suor, seu labor e seu próprio sangue! - Após esta fala, virou-se aos jurados, apontando ao réu. - Mediante tamanho legado, é impossível que o réu permaneça incólume! É inconcebível que suas ações sejam olvidadas! Aqui concluo minha fala final e assinalo a culpa do Sr. Aidan Medeiros von Valeyard. Que a Justiça seja sempre estabelecida sobre a Terra, sobre os povos e tenha guarida em Gesébia… Isto é tudo.

Após sua fala, René von Biller recolheu-se a sua tribuna.[/align][/size][/font]

Ao chegar o Sub-comissário Vaz, o Comissário sai do julgamento e passa pelo PD, pelo Senado, pela Gendarmeria e depois vai para casa tomar um banho e se preparar para ir no Fratelli.

Ivysson que a todo momento do julgamento permaneceu em silêncio, apenas observando o desenvolvimento da acusação, da defesa e fazendo algumas anotações, agora enxugava a testa de suor. Em um dado momento, ele sai rapidamente para beber e comer algo e, rapidamente, volta ao Salão do Grande Juri. Agora, lê suas anotações e alguns livros, esperando o prosseguimento deste longo processo.

O Comendador Wladislawski, que logo atenderia a outros compromissos, aproveita o espaço entre as palavras e deixa o prédio.

[font=Garamond][size=150]O Chanceler levantou-se calmamente, pôs os seus óculos e com um livro embaixo do braso foi até o centro do salão.

Belo discurso Sr. René mas não pretendo dar tantas voltas, serei breve e não enfeitarei as minhas palavras.
Como todos viram, os argumentos da Promotoria se baseiam na hipótese de que os meus atos foram movidos por interesses pessoais, mas que interesses seriam esses? a retirada do Sr. Ródion do cargo de juiz? sim esse era um interesse meu, não serei sínico, a administração do Sr. Ródion estava sendo por deveras prejudicial a nossa nação e isso ficou evidente no caso do Sr. Salvatore, caso esse onde a Procuradoria se manteve em silêncio durante e após a resolução do mesmo, caso esse onde eu como Chanceler tive que pedir ao Sr. Ródion que libertasse o Sr. Salvatore pois não haviam provas contra o mesmo.
Pois bem, ficou evidente que eu como Chanceler tinha o interesse de preservar o bem estar desse governo e evitar abusos por parte de um judiciário que manteve um homem preso por semanas, sem nenhuma prova contra o mesmo devo acrescentar, mas o mais intrigante é que as minha ações tiveram e tem o respaldo de nossa constituição, como a mesma demanda disse o chanceler abrindo o exemplar da constituição que tinha consigo no artigo 49º, foi aberta uma proposta no senado, proposta essa que foi aprovada por todos os cinco senadores que votaram, uma verdadeira vitória política para a nação, mas senhoras e senhores, o Procurador René disse que esse curso de ação era “inválido,” mas como um curso de ação baseado na constituição seria inválido? bem, ele não era, por que? simples, novamente a prova está na constituição, um pouco mais abaixo está o artigo 50º, mais precisamente o inciso 3º desse artigo, em voz alta o chanceler leu o inciso, O Mandato de Juiz dura seis meses ou até a sua dispensa por pedido do mesmo ou por Ordem do Senado, vejam bem, o juiz imperial pode ser dispensado a qualquer momento por ordem do Senado, então como uma proposta aprovada por unanimidade e publicado no diário oficial do legislativo é inválida? ela cumpriu todos os requisitos e tinha pleno respaldo da constituição, sendo assim não houve da minha parte qualquer ação contra a procuradoria movida por motivos pessoais, mas não posso dizer a mesma coisa do Sr. René, a Procuradoria ficou em silêncio durante meses, nenhum decreto ou ação por parte da mesma, mas quando eu como Chanceler gozando de meus direitos constitucionais apresento uma proposta de grande interesse da nação, a Procuradoria, comandada por um conhecido opositor do governo, se levanta e deseja barrar uma ação com pleno respaldo de nossa carta magna, por isso senhoras e senhores, tirem as suas próprias conclusões, quem agiu por motivos pessoais nessa história toda?

Acrescento também que só tomei conhecimento do estado da procuradoria quando eu fui verificar se o procurador tinha o poder de barrar uma proposta plenamente legal, eu consultei a constituição e fiquei horrorizado ao ver o tamanho erro que o ex-Presidente Henry cometeu, erro esse que eu também carrego pois eu como senador deveria ter notado esse erro e não ter aprovado a constituição.

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[tab=30]-Terminada a argumentação, eu e meus auxiliares iremos ao meu gabinete definir a sentença, conforme planejado previamente. Voltaremos assim que possível com a sentença.

[font=Garamond Bold][size=150][b]Após o conselho de sentença deliberar e apresentar seu veredicto, o juiz transcreve sua sentença, ao termina-la o mesmo se dirige a todos:

  • Por favor que o réu se levante para ouvir a sentença;

Vistos.

Reunido o Conselho de Sentença, chegaram ao veredicto das seguintes acusações:

1-) Ao crime de Corrupção, consideram o réu INOCENTE.

2-) Ao crime de atentado aos servidores públicos, consideram o réu INOCENTE.

Bato o martelo.[/b][/size][/font]

[center]Momento em que o Juiz apresenta a sentença ao réu.[/align]

O Chanceler não escondia a alegria, apertou a mão de seu advogado, saudou o juiz imperial e os membros do jurado, foi em direção ao Procurador e o cumprimento, em segida ele se retirou do salão.

Após o longo julgamento ter acabado, Ivysson pega suas anotações e vai para sua casa descansar.

O Juiz, exausto, recolhe suas coisas e sai rapidamente, na escolta de 2 gendarmes.

[center]Registros do Julgamento de Crimes Maiores de Aidan M. von Valeyard.
[/align]

Resultado: INOCENTE.