RP - Sangue, Suor e Lágrimas

[offtopic]Começando o jogo propriamnete dito. Talvez essas primeiras partes em campo aberto e trincheiras sejam monótonos, mas mais tarde vamos implantar mais ação :smiley:[/offtopic]

23 de Novembro de 1938, 02:44 AM, 10 ºC

Valas fundas. Eram isso que eram. Porém, tecnicamente, deveriam chamá-las de trincheiras. Várias delas se estendiam na área coberta pelo vosso pelotão, todas com aproximadamente um metro de profundidade e talvez cinco de extensão, cavadas rápida e porcamente desde que vocês foram enviados às pressas para lá. Todas essas valas estavam entulhadas com seis soldados. Nada foi claramente dito a vocês. Vocês só sabiam duas coisas: a primeira, que horas antes a Espanha Fascista declarará guerra ao seu país; e a segunda, que vocês foram enviados para defender as três pontes, sobre os Rios Guardiana e Ardila.


[center]O mapa da localização do 4º Regimento de Infantaria. Em amarelo, as pontes.[/align]


[center]O campo de batalha[/align]

Vocês foram alertados: “nada de caprichar ou florear nessas valas”. Como se fossem fazê-lo… Os soldados espanhóis estavam logo ali, à espreita, apenas esperando pelas ordens de seus comandantes. O clima era tenso. A atmosfera estava pesada. Cigarros eram fumados ferozmente, as conversas eram sussurros tensos e qualquer tossida ou som de passos causava um estresse inigualável.
O soldado Pedro Dias, numa tricheira bem a norte, assustou-se com a aproximação de seu comandante e disparou um tiro acidental, que por pouco não alvejou o sargento Ernando. A balbúrdia foi tanta que a maioria dos soldados acreditou ser o início do ataque espanhol. Armas foram engatilhadas, rifles postos em posição, e um soldado em uma trincheira ao sul, apelidado de “Galinha”, mijou nas calças. O tenente Rafael Ferreira teve que se sobrepor e pedir calma às suas tropas.
Afinal, eles não eram soldados. Eram os voluntários. Os voluntários recrutados à apenas 3 meses e treinados às pressas para lutar por seu país. Pouquíssimos deles já havia combatido antes. E eles mal se conheciam. Sabiam os nomes de alguns soldados, e obviamente conheciam todos os soldados de vista, mas ainda estavam longe de serem íntimos.
Mas naquele momento, na escuridão da noite, todos se sentiam irmãos.


[center]Sua posição[/align]

1 e 2: Victor Wolff Medeiros e Paulo Medeiros: Vocês estão na trincheira onde Pedro Dias esteve perto de matar seu sargento. Certamente é a trincheira mais agitada daquela parte do front. O sargento Ernando Costa segue sua bronca ao pobre jovem, que não devia ter mais que 20 anos.

  • Já pensou se você me mata aqui, filho da puta? – sussurrava ele com a voz esganiçada. – Eu tenho planos de voltar pra casa no Natal, sabia? Seu viado, estou tremendo tanto que mal consigo segurar meu fuzil!

Outros ocupantes dessa trincheira:
Sol. Marcos Luz
Sol. Luís Bretão

3 e 4: Bernardo Cristo e Alexandre Medeiros: Ambos estão na trincheira imediatamente ao lado da de Pedro Dias. Ainda respiram aliviados por saber que o tiro não passava de um engano. Sua trincheira também é uma das que conta com um time de metralhadoras, operado pelo cabo Atalício Teixeira. Este está fumando de tal forma que a trincheira inteira está envolta em fumaça.
Outros ocupantes dessa trincheira:

Sol. Alfredo Jaquinera
Sgt. Eduardo Nasser
Sol. Olívio Pinheiros

5 e 6: Guilherme Theodoro e Henrique Antônio Rodrigues: Ante a tensão do momento, a trincheira está em silêncio. Um dos ocupantes é um jovem inquieto que não consegue parar de olhar para os lados e por cima do ombro. Todos naquela trincheira concordam que esse garoto, Bernardo Teba, poderia muito bem assassinar seu sargento da mesma forma que Pedro Dias quase conseguira a poucos minutos.
Outros ocupantes dessa trincheira:

Sgt. Cristo Rios
Sol. Reinoldo Rocha
Sol. Cristiano Rene (o popular “Futebolista”)

7 e 8: Wellington A. Medeiros e João Medeiros: Estes ocupam a trincheira do soldado Weslem Lara, o “Galinha”. Este está com a parte frontal das calças encharcada com mijo. O cheiro é forte e enjoado. Galinha ainda treme muito, e muitos ali temem que isso possa acabar se tornando um problema.
Outros ocupantes dessa trincheira:

Sol. João Torres
Sol. Rafael Benvenura
Sol. João Mares

Não há nada a fazer, só esperar. Façam alguma ação breve de apresentação.

Padrão de postagem:
Nome do personagem
A ação que deseja realizar. Lembre-se, não poste o resultado dela.

A ordem de postagem:
1 - Lord Victor
2 - Richardlh
3 - HOI
4 - Gabriel_Valente
5 - Guilherme Theodoro
6 - Henry de Atenas
7 - Wellington
8 - Asdiar

[font=Garamond][size=150]VICTOR WOLFF MEDEIROS

  • Seu bizonho maldito! Deveríamos te estripar por revelar a merda da nossa posição aos inimigos! Sargento, permites-me checar se eles estão a vir?[/size][/font]

Paulo Medeiros

Depois de tomar um enorme susto com o tiro, olha para o comandante e depois para o rapaz e os outros companheiros de trincheira. Após volta seus olhos ao horizonte, pensando em como estaria seu irmão.

Bernardo Cristo

Está em alerta total , olha aterrorizado a chamada terra de ninguem, fala para o seu companheiro

Pare de fumar , daqui a pouco nós vamos pegar fogo, preste atenção aos malditos espanhóis

Alexandre Medeiros

Esta em alerta total, certa vez combateu em trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial, por esta mais calmo que os outros

Falo para meu companheiro

Pare de fumar, isso certamente vai denunciar a nossa posição, alem de saberem mais ou monos onde disparar a artilharia, esteja atento a qual quer movimento por parte Espanhola

Guilherme Theodoro:
Guilherme se assusta bastante com o recente clímax, para descontrair, sorri e fala para seus colegas:
-Quasse me borrei com essa, achei q fosse um ataque.

Henrique Rodrigues

Olho sério para os outros colegas de trincheira, acende um cigarro, dando uma tragada, e diz:

  • Espero que eles não levem o dia inteiro - dando um sorriso de canto de boca.

Após, engatilha a metralhadora.

Wellington A. Medeiros

Mas que merda de cheiro é esse? - diz o jovem voluntário que em seguida ascende um cigarro e da algumas tragadas.

João Medeiros

Que cheiro horrível é esse? diz João que logo repousa a cabeça na trincheira e tenta relaxar.

[offtopic]ANÚNCIO GM: Já estou escrevendo a segunda parte.
Cuidado pessoal, as suas ações estão parecidas, ainda mais entre companheiros de trincheira[/offtopic]

23 de Novembro de 1938, 02:58 AM, 9 ºC

Trincheira 1 (Victor Wolff Medeiros e Paulo Medeiros):

  • Da próxima vez pergunte antes e atire depois! Me poupe de sua burrice!
    O sargento Ernando encerra seu sermão balançando a cabeça negativamente. Ele era um bom homem. Duro, autoritário, mas com um bom coração. Tinha 34 anos, e há 15 estava casado com Joana Costa. Seu medo da morte não era covardia: ele ainda não verá seu primeiro filho, que nascerá há apenas 4 dias. Depois da declaração da guerra e a probabilidade de nunca vê-lo, ele se tronará ainda mais duro. Todos no pelotão sabiam disso, e apesar da dureza de suas palavras, sentiam pena de sua situação.
    Pedro Dias não disse nada. Ele era o soldado que mais tremia na trincheira, agarrando-se ao seu fuzil e afundado dentro de sua farda, mal sendo possível ver sua cabeça. Ele ainda resmungava suas desculpas ao sargento, implorando que ele o perdoasse, tentando explicar sua afobação.
  • Seu bizonho maldito! - chiou Victor Medeiros do outro lado da trincheira, arreganhando os dentes. - Deveríamos te estripar por revelar a merda da nossa posição aos inimigos!
    Pedro não respondeu. Victor encarou Ernando.
  • Sargento, permites-me checar se eles estão a vir?
    O sargento ficou de joelhos e observou por cima da vala rasa para o horizonte, que estava no maior breu.
  • Nem pensar. Todo mundo permanece sentado. Não quero perder ninguém em uma patrulha inútil. Eles estão logo ali, à espreita. Gostaria apenas de saber o que tanto estão esperando, diabos!
  • Você acha que serão muitos? – perguntou Marcos Luz, tamborilando os dedos pelo seu fuzil.
  • Se acho que serão muitos? – perguntou o sargento com uma risada seca. – Prevejo-os agarrando meus calcanhares e subindo pelas minhas barbas, hun?
    Luz não gostou da ironia e se calou. Luís Bretão dirigiu-se a ele:
  • Luz, tem cigarros?
    Ele assentiu e ofereceu-lhe um, depois ajudou a acendê-lo.
    Nesse tempo todo, Paulo Medeiros não disse palavra alguma.

Trincheira 2 (Bernardo Cristo e Alexandre Medeiros):
Atalício Teixeira era, obviamente, um fumante compulsivo. E isso não era de hoje. Ele tinha 26 anos, mas fumava desde os 15. Órfão e delinquente, teve uma ficha imunda na polícia desde criança.
Ele não tinha dificuldade em acabar com um maço de cigarros em poucas horas, e situações com aquela que o deixavam nervoso eram ideais para bater seu recorde.

  • Pare de fumar! – pediu Bernardo Cristo, que parecia agitado - Daqui a pouco nós vamos pegar fogo! Preste atenção aos malditos espanhóis!
    Alexandre Medeiros, um veterano da Primeira Guerra, concordou com um aceno de cabeça:
  • Isso mesmo, certamente vai denunciar a nossa posição, além de auxiliar a artilharia inimiga a nos encontrar aqui. Largue o cigarro e fique atento aos inimigos.
  • Escuta aqui – pediu Teixeira, batucando o cigarro para retirar o excesso de cinzas. - Está escuro, veem bem? Eles não verão absolutamente nada, seus idiotas. Eu mal vejo meu nariz!
    Alfredo Jaquinera e Olívio Pinheiros, os companheiros de Teixeira no time de metralhadora não disseram nada, apenas fizeram caretas de desaprovação. O sargento Eduardo Nasser interviu:
  • Vamos, chega de discussão. Atalício, apaga o cigarro.
    Teixeira revirou os olhos e jogou o cigarro na terra, pisando-o e seguida.

Trincheira 3 (Guilherme Theodoro e Henrique Antônio Rodrigues):
Bernardo Teba tremia, encolhido em seu canto da trincheira. Reinoldo Rocha está ao seu lado, murmurando algumas palavras de apoio, enquanto o Sargento Cristo Rios apenas observa a escuridão. Ante a quietude da trincheira, Guilherme Theodoro resolve quebrar o gelo:

  • Quase me borrei com essa – diz, sorrindo. – Achei que estivemos sendo atacados.
    Cristiano “Futebolista” Rene dá um sorriso forçado, enquanto Henrique Antônio Rodrigues acende um cigarro e dá uma profunda tragada.
  • Só espero que eles não levem o dia inteiro – diz, com um sorriso no canto da boca, soltando uma espiral de fumaça no ar. Ele engatilha sua Vickers-Berthier com um puxão determinado, e seu auxiliar de tiro, Futebolista, se aproxima com a bolsa de cartuchos.

Trincheira 4 (Wellington A. Medeiros e João Medeiros):

  • Mas que merda de cheiro é esse? – pergunta Wellington Medeiros, torcendo o nariz e acendendo um cigarro.
  • Que fedor – concorda João Medeiros, afastando a cabeça e repousando-a na terra fofa.
  • Caramba, alguém aqui se mijou, não é possível! – reclama Rafael Benventura segurando o nariz com o indicador e o polegar.
  • Foi o Galinha – acusa João Torres, com um sorriso. – Olha as calças dele.
  • Puta merda cara – pragueja João Mares, rindo – Não acredito, ele se mijou mesmo!
    Ele aponta o dedo para a frente das calças de Galinha, que se encolhe e dá um sorriso envergonhado, que mal é visível por trás de olhar amedrontado.
  • Ah não – resmunga Benventura. – Vou pedir transferência, não é possível!
  • Alguém trouxe incenso? – pergunta irônico João Mares, ao que Torres solta uma gargalhada abafada.
  • Nada de líquidos pra você hoje, Galinha – debocha Torres, imitando o tenente Ferreira. – Não queremos correr o risco de mais água escapando por lugares indesejados.
    Torres, Mares e Benventura abafam os risos.

TODOS
Um estampido baixo foi ouvido ao leste, seguido de outro, e mais um. Após, um chiado de ar sendo deslocado, ficando cada vez mais alto, chegando ao ponto de quase rasgar os tímpanos… E de repente… BUM! Alguma coisa explode bem no centro do território defendido pelo 2º Pelotão. Um clarão ilumina todas as trincheiras na área, e uma montanha de terra seca voa pelos ares. Logo após, outro chiado e explosão, desta vez atingindo, iluminando e reduzindo uma árvore a cinzas.
O que se seguiu foram gritos com ordens de abaixar-se e manter posição. Os mais assustados mal conseguiam articular palavras, enquanto o restante apenas despejava um monte de palavrões, amaldiçoando Deus, o Maestro e os espanhóis. Todos sabiam que se uma daquelas bombas caíssem em sua trincheira, seria seu fim e de todos seus companheiros.
Segundos depois, a linha de frente portuguesa já era um inferno total. As arvores, plantadas por vários hectares em todas as direções, viravam verdadeiras tochas de fogo, enquanto o solo de terra fofa era revirado pelos estrondos das explosões. O tenente Rafael Ferreira e os seus homens mais experientes tentavam inutilmente manter seus soldados calmos, enquanto o bombardeio arrasava a moral de suas tropas.

Trincheira 1 (Victor Wolff Medeiros e Paulo Medeiros):

  • Caralho! – gritou Ernando, cobrindo o rosto para evitar uma montanha de terra que se ergueu após uma explosão a poucos metros da sua trincheira. – Merda, essa foi por pouco!
  • Artilharia? – Marcos Luz soltou um gritinho esganiçado. – Eles têm artilharia! E agora? O que fazemos?
  • Deixe de ser maricas, Luz – berrou Ernando, cuspindo terra. – E só imaginar um show de fogos no Réveillon!

Trincheira 2 (Bernardo Cristo e Alexandre Medeiros):

  • Mas que merda! – resmungou o sargento Nasser, espiando por cima da borda da trincheira. – Teixeira, mete essa metralhadora no lugar e se prepare pra matar espanhóis!

Trincheira 3 (Guilherme Theodoro e Henrique Antônio Rodrigues):

  • Agora é sua hora, Henrique – berra o sargento Cristo Rios segurando o capacete com uma das mãos. – Sem piedade, homens!

Trincheira 4 (Wellington A. Medeiros e João Medeiros):
As gargalhadas cessam imediatamente, e são substituídas por expressões de terror. Todos agarram-se às suas armas com olhos arregalados, e encolhem-se como meio de se defender das explosões.
Galinha resmunga e chora. Ele se afunda cada vez mais em direção ao fundo da vala.

TODOS
E lá estavam eles. A artilharia diminuiu a cadência de fogo, mas não cessou. E, surgindo na escuridão da noite, em meio às árvores, estavam os espanhóis. Eles corriam determinados, iluminados pelas árvores em chamas: alguns seguravam o rifle com a baioneta à frente do corpo; outros portavam uma granada e estavam prontos para retirar o pino; e ainda havia os soldados com metralhadoras, que deitavam-se próximo à troncos de árvores para pegar cobertura e escolher os melhores alvos.
Os estampidos encheram a noite. Metralhadoras cuspiam balas para todos os lados, rifles eram disparados e engatilhados, ordens eram dados, gritos eram constantes, e logo o cheiro de morte preencheria o ar.

Sei que ainda as ações serão mais ou menos óbvias, mas estamos só começando. Podem postá-las.

[font=Garamond][size=150][b]VICTOR WOLFF MEDEIROS

  • MERDA! Seus filhos das putas, chegou a vossa hora! - Gritou para os espanhóis. - Sargento, essa é a hora, precisamos agir![/size][/font]

Paulo Medeiros

Passado o medo inicial, Paulo se apoia na trincheira da maneira como foi ensinado nestes poucos dias de treinamento. Ajusta a mira de modo a focalizar um pequeno espaço por onde os soldados passariam, concentra-se ao ponto de que todos os sons ao seu redor se tornem abafados. Acalma sua respiração e no momento que acha adequada, começa a executar tiros únicos contra os atacantes, buscando o máximo de eficiência possível.

Bernardo Cristo

Bernardo ao ver os tiros passando em cima de sua cabeça , tropeça e escorrega no chão da trincheira, todo empoeirado levanta , pega a arma que caiu de sua mão e coloca um cartucho nela, rapidamente se levanta e joga uma granada para os espanhóis , no instante seguinte, engatilha a arma e começa a disparar vários tiros contra o exército inimigo

Alexandre Medeiros

Sentiu um tiro de raspão no braço, engatilha o rifle e começa a disparar nos Espanhóis. Fala para o Sargento

  • Sargento, essa e a hora de agir ! mande uma tropa de ataque para avançar mais na frente que a trincheira está ! assim vamos poder pegar as artilharias enimigas ! estou me candidatando

Guilherme Theodoro
Imediadamente após ouvir o barulho Guilherme trava por um segundo, mas logo após recupera-se
-Vamos acabar com esses bastardos!!!
Ele começa a atirar nos espanhóis, e em um lapso de insanidade começa a deixar a trincheira
[offtopic]vamos ver q tipo de amigos eu tenho…[/offtopic]

Henrique Rodrigues

Dou uma tragada no cigarro, apago ele na coronha da arma e jogo-o na lama. Procuro onde os espanhóis estão, fecho um olho, me abaixo um pocuo, miro e começo a despejar balas de metralhadora.

Wellington A. Medeiros

Ao ver que a festa havia começado, jogo o meu cigarro na lama, pego a minha granada e jogo em direção a metralhadora inimiga mais próxima, em seguida seguro o rifle firmemente,engatilho, miro no alvo mais próximo e atiro, repetindo o movimento seguidamente.

23 de Novembro de 1938, 02:59 AM, 9 ºC

Os espanhóis multiplicavam-se na linha do horizonte, surgindo na escuridão sem aviso e abatendo os soldados portugueses entrincheirados em seu caminho. Cada um contava com sua parcela de vantagem: os portugueses, por estarem entrincheirados e protegidos; e os espanhóis, por que a iluminação das árvores em chamas os deixavam visíveis mesmo à longas distâncias, onde os soldados espanhóis se escondiam sem serem vistos.
O exército inimigo era organizado: suas granadas mostravam-se uma ameaça temível, suas baionetas estavam prontas para cutucar carne e as metralhadoras que davam cobertura eliminavam qualquer tentativa de contra ataque. Mas a resistência que encontravam era feroz.
Os voluntários portugueses eram de aço. Enfrentavam os treinados e doutrinados soldados espanhóis de igual para igual, e já haviam causado um número considerável de baixas.

Trincheira 1:

  • Vamos, Dias – berrou Ernando – Agora é a hora de atirar, bastardo!
    Dias ofega e segura seu rifle, leva ele ao ombro e mira, atirando em seguida.
  • MERDA! – explodiu Victor Wolff Medeiros - Seus filhos das putas, chegou a vossa hora! – gritou cuspindo para os espanhóis - Sargento, essa é a hora, precisamos agir!
  • Que tal se você abrisse fogo, soldado? – berrou o sargento Ernando, ele próprio puxando o gatilho de sua Lebel M1886 e engatilhando-a em seguida.
    Os tiros ricocheteavam por todos os lados, as árvores explodiam e o som dos gritos gerava um arrepio na espinha. Toda a frente de batalha estava envolta em caos.
    Paulo Medeiros agia com frieza. Atirava e engatilhava sua arma com perícia, sem ligar para o mundo à sua volta. Ele derruba dois soldados antes de recarregar: um com um tiro no ombro, que cai e explode a granada que segurava e outro com dois tiros, um na perna e outro no peito. Quatro de seus tiros se perdem na escuridão, enquanto um deles alveja um soldado de raspão na perna.
    Um som enjoado de carne se rompendo e sangue espirrando, seguido de um grito de agonia, chama a atenção do grupo de soldados.
    Virando a cabeça, veem Luís Bretão se jogar para trás em agonia, batendo a cabeça no outro lado da trincheira. Com o braço direito, ele segura o ombro esquerdo, que está completamente ensanguentado. Ele despeja alguns palavrões, enquanto Dias se joga ao seu lado e começa o procedimento de socorro.
  • Mas que caralhos! – berra outra vez o agitado sargento Ernando – Luz? – chama – Informe ao tenente, situação fora de controle por aqui, quero os morteiros chovendo nessas MGs¹!
  • Que merda! – pragueja Luz, levantando-se de um salto e correndo para uma trincheira na retaguarda.

Trincheira 2:
Atalício Teixiera finalmente mostrou à que veio. Com uma saraivada eficiente, derrubou 6 soldados espanhóis, deixando-os sem cabeça ou com o peito estourado. Nada mau para o começo da noite.
Com toda a prática adquirida, ele retirou o cartucho vazio e engatilhou outro que lhe era oferecido por Jaquinera.
Bernardo Cristo, por outro lado, atrapalhou-se com alguns tiros que passaram perigosamente perto da sua cabeça, e acabou perdendo o equilíbrio. Ele levanta-se rapidamente, e, para se redimir de seu descuido, atira uma granada em direção ao espanhóis. Infelizmente estes estão distantes demais para serem diretamente atingidos, mas dois deles acabam se perdendo atrás da nuvem de poeira e são prontamente abatidos pela furiosa metralhadora de Teixeira.
Alexandre Medeiros dirige-se ao sargento Nasser:

  • Sargento, essa e a hora de agir! Mande uma tropa de ataque para avançar! Assim vamos poder pegar as artilharias inimigas!
    O sargento parece fora de si:
  • Você está louco, soldado! – berra, recarregando sua arma – O tenente deu a ordem! Além do mais, não podemos fazer nada, se sairmos da trincheira morremos!
    Sem aviso, um soldado inimigo aproximou-se correndo pelo lado esquerdo da trincheira. Ele está fora do ângulo de tiro da metralhadora de Teixeira, e Jaquinera não parece notá-lo.
    Quando Bernardo Cristo o atinge com um tiro no peito, já é tarde demais.
    O espanhol lança sua granada, que acerta o alvo e entra quicando na trincheira. Uma forte explosão manda terra e corpos pelos ares. Por sorte, o formato em “S” da trincheira impede que todos os soldados ali morram, mas invariavelmente só restam mais sobras mortais do artilheiro Teixeira e de seu auxiliar Jaquinera.
    Bernardo Cristo é arremessado para o lado, e um dos fragmentos da granada perfura seu ombro esquerdo. Ele desaba, soltando um urro de terror.
  • Merda! – berra o sargento Nasser. –Continuem atirando, homens! Pinheiros, vamos!
    Pinheiros esgueira-se até onde Bernardo está deitado, ofegando, observando aterrorizado o sangue jorrar de seu ferimento.
  • Tudo bem, cara – diz calmamente Pinheiros, arrancando com facilidade o fragmento preso à carne e aplicando sulfanilamida em sua ferida – Não está ruim, tudo bem.
  • Eu sei cara! – diz Bernardo, tentando se desvencilhar – Me deixe levantar, não tem nada de errado comigo!
  • Ei, ei, já vou terminar aqui, espere – Pinheiros o segura contra o chão e começa a enfaixar seu braço.
    [offtopic]Lamento HOI, você acabou sendo o sorteado aqui. Seu ombro dói bastante, mas você ainda pode movê-lo[/offtopic]

Trincheira 3:
Henrique Rodrigues dá fim ao seu cigarro apagando-o na base da metralhadora. Ele levanta a arma e mira em um grupo de espanhóis, e, puxando o gatilho, despeja uma saraivada sobre eles. Ao fim do cartucho, 7 deles são abatidos, 3 deles fatalmente.

  • Isso mesmo! – instiga o sargento Rios, engatilhando sua arma – Preferência aos bastardos de granada! Rocha, foque-se no flanco esquerdo! Theodoro, direito!
  • Vamos acabar com esses bastardos! – diz Guilherme Theodoro, abatendo dois soldados inimigos nas proximidades de uma árvore ainda intacta.
  • Mas que p… – começa o sargento, logo que avista um de seus soldados perder a cabeça: Theodoro levanta-se por sobre a borda da trincheira e abate mais um espanhol com um tiro na testa. Ele começa a investida contra seus inimigos, com os olhos brilhando e os dentes arreganhados.
  • VOLTA AQUI SEU IDIOTA! – berra o sargento Rios, em desespero, enquanto o soldado Theodoro se afasta da proteção da trincheira.
    [offtopic]Aqui fui obrigado a usar dados. Contra as probabilidades, você não morreu ainda.[/offtopic]
    Futebolista larga sua posição ao lado de Henrique Rodrigues e corre atrás de Guilherme Theodoro. Ele faz jus ao seu apelido de atleta, agarrando-o pelo ombro e puxando-o para perto de si, e depois arrastando- o para trás de uma das árvores.
  • Que porra estas fazendo, imbecil? – berra Futebolista, arfando, enquanto atinge um espanhol que se aproximava pela direita – Vamos voltar, AGORA!
  • VOLTEM! – urra o sargento cuspindo sua saliva em todas as direções – Voltem pra cá, idiotas!

Trincheira 4:

  • Droga, espanhóis malditos – pragueja João Torres, erguendo seu rifle e abatendo outro soldado que se escondia entre as árvores.
    Wellington Medeiros joga seu cigarro na lama e saca uma granada de fragmentos. Ele a arremessa em direção à uma das metralhadoras inimigas, mas a tensão do momento o faz errar o alvo por alguns metros, salvando o atirador, que volta sua atenção para a trincheira de onde veio a granada.
    Wellington consegue abater um dos soldados espanhóis antes de ser obrigado a se abaixar para proteger-se da saraivada de tiros. Três estouros secos indicam que Rafael Benventura acabou atingido na cabeça e no peito, e quando seu corpo bateu no fundo da trincheira ele já estava morto. João Torres também foi atingido na mão. Seu dedo indicador direito permaneceu na arma quando ele a jogou no chão, urrando.
  • Minha nossa! – gemeu João Mares encolhendo-se contra o chão da trincheira. Galinha permanecia encolhido em seu canto, de olhos arregalados, como um gatinho assustado.
    João Torres urrava, erguendo sua mão mutilada, o sangue caindo sobre sua face e sua vestes, ele tenta desesperadamente estancar o sangramento, mas qualquer tentativa é inútil.
    Seus urros e a cena chocante deixam todos desorientados, como se algo se desprendesse de seus corpos e a sanidade se esvaísse.

MG¹: Creio que todos saibam, mas MG é uma metralhadora alemã, da sigla Mashinengewehr

[font=Garamond][size=150]VICTOR WOLFF MEDEIROS

Victor encostou-se na trincheira, e com a respiração controlada começou a atirar em cada soldado espanhol que seu olho captava, com a máxima eficiência que conseguia ter na escuridão noturna.[/size][/font]