Stellaris
Contos do Espaço Profundo
Capítulo CXXXVII
Robôs no Centro do Infinito
Com o grande número de problemas envolvendo a população robótica da Tecnocracia, a Diretoria toma uma medida drástica.
Com o seu número alcançando mais de 638 bilhões de indivíduos, ou 17.5% da população da Tecnocracia, os robôs já são parte integrante da sociedade terrana em praticamente todos os planetas.
Porém, os contínuos casos de mau-funcionamento e ações inesperadas, e a incapacidade de nossos cientistas e técnicos encontrarem uma causa para esses acontecimentos, o Diretor-Geral Mosi Gowan ordena a imediata desativação de todas as Fábricas de Montagem de Robôs da Tecnocracia.
Enquanto não for descoberta a causa para o comportamento errático de vários dos robôs, nenhuma nova unidade deverá ser construída.
A conquista de planetas inimigos prossegue, em três meses nossos exércitos ocuparam nada menos que cinco, aproximando a Tecnocracia de seu centésimo planeta habitado.
Avanços na miniaturização de pré-incendiadores de cargas de foguetes alcançados pelo Departamento de Engenharia tonaram mais eficaz o processo de recarga dessas armas explosivas.
Mais um planeta inimigo, Caldan’s Fist, no sistema Hadar, é ocupado pelas forças do General Zax. É o centésimo planeta habitado da Tecnocracia.
Ao chegar no sistema Gargantua, além do buraco-negro supermassivo esperado, a Strike Force Titan encontrou algo mais.
Na margem do horizonte de eventos do buraco negro, uma gigantesca construção, maior que um planeta. Uma esfera perfeita e artificial.
Nenhum dado pode ser coletado, mesmo com todos os sensores da frota. Quem construiu, ou qual a razão de sua construção, são um mistério que nossos cientistas terão que se debruçar nos próximos anos…
A ISS Wanderer se aproxima do buraco de minhoca encontrado no sistema Saldar. Após a análise inicial, uma sonda foi enviada. Após a espera, o sinal da sonda começou a ser captado novamente, do outro lado da galáxia, no sistema Stratal.
A preocupação da Diretoria com relação ao comportamento estranho de alguns robôs se mostrou fundada.
Relatos de robôs desaparecidos tornaram-se lugar comum entre as forças de segurança dos planetas, chegando à casa dos milhões em toda a Tecnocracia Terrana.
Não apenas isso, mas o número de ações violentas também teve um aumento de mais de 1000% nos últimos meses. Mesmo casos de grupos de robôs tentando roubar ou sequestrar naves espaciais começaram a ser relatados. Muitos obtiveram sucesso, e acabaram impossíveis de rastrear através do espaço.
Quando impedidos, as informações obtidas desses robôs apenas apontam que eles estão sendo “convocados”, mas pouco mais que isso foi conseguido antes que eles auto deletassem seus bancos de memória.
Será que estamos no liminar de uma nova revolta das máquinas?
No sistema Ridathi, a lua Ridathi IIa foi encontrada sob monitoramento de um Posto de Observação. Analisando os dados coletados, descobrimos que uma civilização chamada Urzo habita o planeta, com nível tecnológico aproximado da Renascença terrana.
Adotando o procedimento padrão para esses casos, os cientistas que assumiram o controle do posto iniciaram o processo de Iluminismo dos habitantes.
Uma descoberta surpreendente aguardava nossas frotas no sistema Eroabroria: uma gigantesca megaestrutura semidestruída.
Após dias de análise, os dados ainda recuperáveis demonstraram que esse local era um antiquíssimo Centro de Coordenação Estratégica, basicamente um centro de comando militar capaz de coordenar muito mais naves do que nossa capacidade atual.
A reconstrução do Centro foi definida como prioridade pela Diretoria, a ser realizada logo após o fim da construção do Nexo Científico.
Novos currículos para a formação de equipes de apoio e oficiais foram desenvolvidos pelo Departamento de Sociedade, possibilitando maior eficiência na execução de ordens dentro de nossas frotas.
Mais um planeta, Rossel, no sistema Durbatur, é conquistado pelo exército do General Jhulaad.
Além da misteriosa esfera, Gargantua também guarda outro segredo, um buraco de minhoca.
Todos os procedimentos padrão foram executados pela ISS Wanderer nessa maravilha da natureza, descobrindo-se que o buraco de minhoca liga Gargantua e o sistema Velt, próximo ao território dos Norillga.
Um segundo planeta habitado por uma população nativa é descoberto, no sistema Ispyria.
Entretanto, os Keerim, habitantes de Ispyria IV, foram catalogados pelos Tumbator como uma espécie altamente xenófoba. Dessa forma, o procedimento padrão de Iluminismo foi descartado e um novo protocolo estabelecido.
Através de um meticuloso processo de infiltração e difusão de conceitos favoráveis à sua assimilação, nossos cientistas pretendem doutrinar os Keerim a pensarem como os terranos, esperando que abandonem sua índole xenófoba.
O Departamento de Física também alcançou avanços, melhorando ainda mais os sistemas de foco de nossas armas energéticas.
Quase simultaneamente, nossos três exércitos realizam a conquista de mais três planetas, incluindo Ranction I, nosso planeta que havia sido perdido há cerca de dois anos atrás.
A guerra completa apenas quatro anos, mas a superioridade terrana, se ainda havia alguma dúvida, é evidente. Com nossas frotas de ataque e de transporte atuando individualmente, toda a oposição da Entente e dos Triech tem se mostrado infrutífera.
Ainda que a Tecnocracia venha sofrendo elevadas baixas no Exército, devido à resistência dos planetas inimigos, no espaço foram poucas as naves seriamente danificadas, e menos ainda as destruídas, nos confrontos com as pequenas frotas inimigas.
Os números falam por si, pois nesses quatro anos os sistemas sob controle terrano passaram de 357 para nada menos que 572, e os planetas habitados saltaram de 82 para 107, além do aumento de mais de 700 bilhões de habitantes, chegando próximo dos 3 trilhões e 900 bilhões no total.