[TROPICO 5] A Esmeralda do Caribe

Gente, esse será um AAR de Tropico 5, com bastante narrativa. Pretendo incorporar algum elemento de interatividade no futuro, caso vocês estejam empolgados para participar. Basicamente seria a criação de alguns personagens para o jogo que fariam algumas decisões.

É Tropico 5, vanilla, sem nenhum DLC (Não achei nenhum deles interessante e estava com preguiça de baixar).

Espero que gostem.

Capítulo I - Ordem na Casa

O sol queimava seu rosto branco e o tornava avermelhado e reluzente pelas gotas de suor. Benjamin Lovecraft olhou para aquela ilha da proa do navio HMS Arcadia e se perguntou como podia ter sido tão tolo a ponto de se meter naquela enrascada.
A ilha parecia maravilhosa à distância: Um paraíso tropical no meio do Caribe, longe do céu nublado e depressivo da Grã-Bretanha.

O ano era 1908 e a pequena ilha de Esmeralda havia acabado de passar do domínio Espanhol para o Império Britânico após uma curta guerra entre as duas potências. Pequena, pobre e pouco populada mas localizada em um ponto chave da região, era de grande interesse da Coroa que estivesse em seu domínio. Mas uma colônia do Império Britânico não podia ficar sem um Governador e para isso, o jovem Benjamin Lovecraft foi escolhido para a tarefa trivial.

A princípio estava radiante, mas assim que soube das condições do lugar - após ter aceitado a nomeação - sentiu-se seriamente trapaceado. Olhou para sua esposa, Katherine, sempre frágil e pálida, e lhe prometeu: “Vamos e ficamos apenas um mandato. O suficiente para juntarmos libras suficientes para um novo solar em Kensington.”. A singela moça, sempre alegre e otimista apesar da saúde frágil e tuberculosa, concordou.

A ilha não tinha mais que um pequeno vilarejo pela costa. Completamente empobrecida e especialmente arrasada pela guerra, sua população se acumulava em uma favela ao redor de um suntuoso palácio de arquitetura hispânica e das poucas atividades produtivas ainda remanescentes: Fazendas de porcos e hortas de subsistência. Foi então que Benjamin percebeu que não havia sido selecionado para ser um mero manga de alpaca: talvez suas boas notas em Economia na Universidade de Oxford tivessem motivado sua escolha. Talvez o Rei quisesse que ele melhorasse o lugar durante o pouco tempo que passaria ali, antes que outro governador o substituísse.

A tarefa seria difícil. Assim que pôs os pés no escritório empoeirado de seu palácio - também tão sujo e empoeirado que imediatamente causou ataques de tosse à sua esposa -, Benjamin analisou os relatórios feitos por um burocrata. Apenas 30% da população da ilha tinha algum trabalho. A maioria vivia em barracos. Não havia qualquer serviço de saúde, segurança ou entretenimento. O rapaz olhou para o baú cheio de ouro e libras que havia trazido de Londres - sua herança pessoal, boa parte da fortuna de seu falecido pai, e suspirou. Se quisesse ganhar algum prestígio na política e na aristocracia britânica, teria que tirar dinheiro do bolso para desenvolver aquele lugar. As 5,000 libras anuais enviadas pela coroa não seriam suficientes. Benjamin foi dormir fazendo cálculos e planos.

1o Mandato

Os primeiros atos de seu mandato envolveram a construção de infraestrutura básica: Contratou vários nativos para trabalharem na construção civil e na logística, ordenando a construção da infraestrutura básica para isso próxima ao porto. Também com a própria fortuna, financiou a construção de algumas estradas e de algumas fazendas. Se por um lado usava seu dinheiro para construi-las, por outro seria dono delas.

Escolheu milho, café e algodão para inicio. A população local não sobreviveria apenas com o que plantava nas poucas hortas, então mandou arar vários hectares daquele grão basilar na dieta de Esmeralda. Um hectar de café viria para ajudar a recuperar sua fortuna: O Império Brasileiro lucrava horrores com aquela cultura. A plantação de algodão, por sua vez, seria para suprir o mercado têxtil britânico, com quem tinha conexões. Além disso, todas as fazendas gerariam emprego e renda, tirando a economia da ilha do limbo. Permitiu que alguns trabalhadores cortassem madeira para ser exportada, também.

Para que pudesse exportar qualquer produção, lucrar e eventualmente recuperar seus gastos, precisaria comprar da Coroa uma licença de comércio. Lord Oaksworth, aristocrata responsável por fiscalizar suas atividades, lhe arranjou uma destas licenças após uma de suas várias viagens de volta a Londres. Benjamin sabia que ele seria seu principal aliado nas relações com a coroa.

Durante as semanas que se seguiram, o povo trabalhou arduamente na construção e reconstrução de Esmeralda. Benjamin se empenhou em aprender um pouco de Espanhol: Queria se aproximar do povo que governava e que por hora, o rejeitava por ser um estrangeiro. Foi assim que conheceu Evita, mulher forte que, dizia-se, tinha inspirações socialistas e separatistas. Ela lhe confidenciou a vontade de ver Esmeralda ter uma população educada e com direitos trabalhistas plenos - algo que soava distante e estranho para o capitalista Benjamin, acostumado com o mercado livre britânico e com trabalhadores alfabetizados. “O antigo governador guardava vários livros no palácio. Talvez você devesse recuperá-los e importar mais de Londres e Madrid, e abrir uma biblioteca pública.”. Benjamin riu dela e sequer considerou a possibilidade. Que sentido faria uma biblioteca naquele lugar pobre, de pessoas analfabetas, e no qual ficaria por pouco tempo?

Capítulo II - Primavera

Após o segundo inverno naquela ilha, se aproximando da metade de seu mandato e quando as últimas fazendas da primeira leva ficavam prontas, algo mudou. Benjamin observava o povoado da cobertura de seu palácio e percebeu o impacto que sua administração havia causado naquela ilha em menos de dois anos. As fazendas estavam verdejantes e produtivas, gerando frutos em máxima capacidade. Caixotes de milho, café e algodão se acumulavam no porto prontos para serem exportados. Havia algo diferente no ar: as pessoas não pareciam mais tão malnutridas, e a vila certamente havia aumentado em atividade. O jovem ficou surpreso com o pouco impacto que um pequeno investimento como aquele podia causar.

Lord Oaksworth também estava impressionado. Em sua visita periódica, trouxera consigo diversos burocratas britânicos que estavam surpresos com a gestão do jovem. A notícia correu e em poucas semanas Benjamin recebia uma Comendação Real por serviço ao Império Britânico, transformando a pequena ilha que era um custo à Coroa em uma colônia minimamente lucrativa.

“Esta comendação lhe dá influência suficiente para pedir algo à Sua Majestade. Mais recursos para o desenvolvimento, uma gratificação pessoal ou talvez até mais tempo no mandato.” Lord Oaksworth lhe explicou, dando de ombros e rindo da última opção. Benjamin riu também, e partiu para compor uma carta na qual pediria uma gratificação pessoal.

“Nosso sonho de um solar em Kensington está mais próximo, meu amor.”, ele disse sorridente à Katherine enquanto escrevia a carta e ao perceber que ela havia adentrado seu escritório.

“Fico feliz, querido.”, ela lhe respondeu com um tom leve e brilhante. Tão leve que Benjamin estranhou, e virou-se para observá-la. O que ele viu, e percebeu, lhe deixou chocado.

Katherine era tuberculosa. Por esta razão, sempre havia sido pálida e frágil. Seus braços eram quase osso e pele e a moça estava sempre tossindo. Suas olheiras costumavam ser profundas e sua disposição, pouca. Mas agora não mais.

A jovem estava completamente diferente. Suas bochechas estavam mais redondas e coradas. Havia ganhado alguns quilos e sua pele estava até um pouco bronzeada. Não tossia há meses, lhe disse, e havia encontrado disposição para cuidar de orquídeas. “Se está curada da tuberculosa, não sei.”, lhe disse um médico em visita à ilha. “Mas o clima tropical certamente lhe fez muito bem.”

Aquilo fez Benjamin reconsiderar completamente seus planos. De pé na sacada de seu palácio, abraçado à sua esposa e olhando as verdejantes fazendas que ajudara a construir, e o povo alegre e sorridente que ajudara a recuperar, decidiu que não queria retornar à Inglaterra, onde a população parecia estar sempre deprimida, onde o céu era sempre nublado e a poluição corroía os pulmões de sua amada. Decidiu que ficaria por ali enquanto pudesse e talvez até terem uma criança.

“Peça à Sua Majestade que me dê mais um ano, mesmo que ainda me restem dois.”, ele disse à Oaksworth. “Ainda há muito a ser feito em Esmeralda.”

Aêêêêê!!! Tropico 5!!!
Belo começo :wink:

Tropico 5! Gostei! Acompanharei! No aguardo do próximo capítulo! :wink:

Acompanhando!

Show! Só não entendi ainda como esse negócio de mandato funciona, quando ele acaba acontece o quê?

Maldita restrição do DirectX - joguei um monte do Tropico 4 mas o 5 diz que o meu DirectX é imcompatível. :frowning:

Enquanto colônia, se não conseguir 50% de apoio à independência durante seu “mandato” de governador, game over.
O Tropico 5 exige o DirectX 11.

Acompanhando, me amarro em trópico!

Legal! Mas acho que é quase certo que os jogadores escolherão a opção de estender o mandato. :stuck_out_tongue:

Pessoal, obrigado pelo retorno e pelo acompanhamento. Aqui está o capítulo 3 :slight_smile:

Capítulo III - Polindo a Jóia

Com seu mandato estendido em um ano e novos planos em mente, Benjamin sentou-se para meditar sobre o futuro de Esmeralda. Desde que percebera o quanto a ilha tinha potencial e o quanto fazia bem à sua esposa, vinha se dedicando a constantes caminhadas pela vila de mesmo nome. Ao mesmo tempo que via um povo resistente e trabalhador, também via sua miséria e ânsia, e como olhavam para ele sem esperança de qualquer melhora. Estavam acostumados a sofrer, mas Benjamin queria mudar aquilo.

Suas exportações estavam dando-lhe lucro. Em pouco tempo poderia recuperar o que tinha gasto, já tendo transformado Esmeralda em uma colônia extrativista produtiva. Ou poderia reinvesti-lo. Sonhava em ver o lugar acolhendo imigrantes europeus que também sofriam com as durezas da terra natal assim como Katherine sofria. Impressionava-se com a história dos Estados Unidos e do Canadá, e sonhava em transformar Esmeralda não apenas em uma estação a serviço do Império, mas um verdadeiro braço da Britânia no Caribe. Enquanto naquele momento os cidadãos da ilha estavam usando o salário pago a eles para fazer as malas e emigrar ou simplesmente morrendo de fome, no futuro viriam à Ilha em busca de uma vida melhor.

Por isso, com o dinheiro que havia lucrado, ordenou a construção de um pequeno conjunto habitacional próximo às fazendas, onde os trabalhadores assalariados poderiam morar e plantar sua própria comida também.

E enquanto olhava para a planilha de custos, percebeu algo e deu um sorriso. Os Esmeraldenses tinham comida. Agora tinham moradia. Mas ninguém vivia apenas daquilo. Percebendo que não seria caro, e ainda geraria mais dinheiro, ordenou a construção também de uma Taverna

Os trabalhadores de Esmeralda, empolgados com a novidade, foram rápidos em construir as casas de seus compatriotas e o ponto onde se reuniriam ao final do dia para uma boa bebida.

Meses se passaram, e Esmeralda continuou a lucrar e prosperar. A renda das exportações de milho, café e algodão haviam praticamente dobrado no último ano. Aquilo chamou a atenção do Rei, que solicitou a Benjamin que focasse na produção de madeira para uma suposta grande fogueira Real. Benjamin coçou sua cabeça sem entender, mas acatou ao pedido.

O ano era 1912. Quase quatro anos haviam se passado desde que Benjamin chegara naquela ilha e a mudança já era considerável. Quando se deu conta, percebeu que o desemprego - antes na casa dos 70% - agora estava em torno de 2%.

Isso alegrou Benjamin, mas o que lhe deixou realmente alegre foi a notícia de que haviam chegado ao porto os primeiros imigrantes de Esmeralda. Segundo informações, vinham da Inglaterra e de outras ilhas próximas, onde haviam ouvido sobre um governador empenhado em aprimorar sua colônia, e buscavam trabalho e melhores condições de vida.

No mesmo navio, uma nova Carta de Comendação do Rei pelo carregamendo de troncos para a Fogueira Real. Da mesma forma que antes, Benjamin solicitou a extensão de seu madato. Quatro anos haviam se passado, dois restavam, e agora ele solicitava mais um. Tempo suficiente para tudo o que tinha em mente.

Queria aprimorar a infraestrutura de Esmeralda mais que apenas para trabalhadores pobres que para lá imigrassem. Queria também atrair imigrantes mais educados e ricos, que buscassem refúgio da tensão européia - havia uma corrida armamentista em curso, haviam lhe dito - em um paraíso caribenho.

E assim, foi conversar com Evita, anos após seu primeiro contato.

“Construirei uma praça.”, disse. “E em torno dela serão feitos belos prédios pelos melhores arquitetos que puder construir. A biblioteca que me sugeriu estará lá, aberta a todos que souberem ler.”

“É uma bela iniciativa”, disse a mulher. “Mas pouco adianta se a população de Esmeralda não souber ler. E a maioria não sabe.” Seu tom de voz era irônico e ela sorria. Benjamin assentiu. Mas aquilo seria assunto para o futuro.

Junto com a carta contratando os serviços de um arquiteto - Alexander Loosley -, convidou também três de seus colegas de faculdade em Oxford. Não tão sortudos quanto ele por não terem nascido em uma família aristocrática, eram agora burocratas menores no serviço público Londrino. “Venham a Esmeralda”, convidou. “Pago-lhes mais que o salário que recebem em Londres para gerirem a biblioteca que construirei por aqui, importando e catalogando livros. Devo lembrar-lhes que por aqui nunca neva?”

O arquiteto e os três colegas de Benjamin - Max, Stuart e John - chegaram juntos no mesmo barco. Ao final do ano, a biblioteca estava pronta.

Nesse meio tempo, também, fora abordado por um representante da população local, que ficara sabendo da construção da biblioteca. “Não precisamos de um arquiteto.”, disse um homem mais velho, barbas brancas e semblante sábio. “Sou mestre de obras e saberei o que fazer: Queremos construir uma humilde paróquia. Apenas precisamos do dinheiro.”

Benjamin então se tocou. Era protestante, mas pouco religioso. Katherine rezava por toda a família em dobro. Aquele povo, entretanto, era composto por católicos fervorosos. Sorrindo, concordou em dar-lhes o dinheiro e escreveu uma carta para a Santa Sé, solicitando que um Padre hispanófono fosse enviado a Esmeralda para tomar conta da nova paróquia. “Primeiro faremos uma pequena capela”, Benjamin disse ao homem. “Depois, uma igreja digna de Esmeralda.”

Ambas seriam colocadas no entorno da praça que começava a ser também construída.

Belo capítulo! Uma dúvida: Essa ilha foi gerada automaticamente ou é uma das do jogo? Se foi gerada automaticamente, quais foram os padrões utilizados?

Ótimo capítulo, no aguado do próximo

E a pequena ilha começa a crescer :slight_smile:

Pelo formato, random (90% das minhas random saem “redondas” :/).

As minhas geralmente saem todas planas, sem elevação alguma, e redondas :frowning:

Já eu ainda não joguei :choro

Gente, desculpem a demora no próximo capítulo. Provas finais na minha Faculdade estão acontecendo por agora e estou com muito pouco tempo para escrever!

Tranquilo. Boa sorte com as provas!

Pessoal, desculpa por simplesmente sumir. Acontece que terminaram as aulas e viajei para o interior e estou até hoje sem o meu PC que roda Tropico. Voltando pra minha casa tento retomar

Boas notícias. Fui checar meu Steam e eu havia upado todas as Screenshots que tirei da minha última sessão, de forma que posso escrever mais alguns capítulos :smiley:

Capítulo IV - (Re)Nascimento

Benjamin Lovecraft completava seus vinte e seis anos cheio de orgulho e confiança. Nove meses haviam se passado desde que mudara seus planos para Esmeralda, visando transformá-la de uma colônia negligenciada para um refúgio civilizado.

As perspectivas não poderiam ser melhores. Seus investimentos e renda na agricultura Esmeraldense continuavam a crescer. Sua esposa Katherine estava mais saudável do que nunca, e grávida: esperavam um filho que nasceria em breve. Benjamin passava longas tardes fumando seu cachimbo e bebendo com seus amigos ingleses, que haviam trazido também suas famílias. Tinha as graças do Rei, que voltava seus olhos para a pequena ilha e tomava conta de sua posição estratégica no Caribe (Superior à da Jamaica e rivalizando Havana, em Cuba), com a conclusão do Canal do Panamá, todo o fluxo de comércio entre Estados Unidos e Ásia se redirecionaria agora para o Caribe e não para uma volta na América do Sul.

Até com Evita, a socialista de Esmeralda, Benjamin se dava tempo de conversar, pois embora tivessem posições políticas radicalmente diferentes, compartilhavam um interesse mútuo: O bem do povo de Esmeralda.

“Não me importo em conseguir apoio de socialistas para o seu regime, se o trabalhador continuar sendo uma de suas principais preocupações.”, dizia. Mais do que isso, seus amigos Max e Stuart desconfiavam que a abertura de Benjamin - liberal ferrenho - à causas sociais não se dava apenas por bondade de seu coração, mas por um certo efeito que os olhos verdes de Evita causavam no jovem governante.

Todo esse otimismo mudou em uma noite de Novembro.

Sua esposa estava prestes a dar a luz: a bolsa havia estourado e parteiras e médicos se acumulavam ao redor da cama. Benjamin apenas observava a vila de Esmeralda de sua sacada, sendo castigada por uma terrível tempestade. Não uma tempestade comum, Stuart foi ágil em perceber. Esmeralda estava sendo atingida por um tornado.

O dano causado pelo tornado foi terrível para a população de Esmeralda. Vidas, moradias e fazendas foram perdidas. Para Benjamin, tudo aquilo era um péssimo agouro.

Seu filho, entretanto, nasceu saudável. Um menino, pesando dois quilos e quinhentas gramas, com os olhos azuis do pai e cabelo amarelo da mãe. No dia 13 de Novembro de 1913, nascia Richard Lovecraft, primogênito de Benjamin Lovecraft.

A população, entretanto, não estava feliz. Apesar da ajuda dada por Benjamin para aliviar os danos do desastre, um percentual de Esmeraldenses se questionava por que o Governador vivia em um palácio imune ao tornado e eles tinham que se sujeitar a casas de madeira que mal paravam de pé com os primeiros ventos. A população em geral, apesar de reconhecer a boa administração de Benjamin, ainda era primariamente contrária à ocupação estrangeira. Toda esta inflamação, claro, foi parcialmente fomentada por Evita. E assim, uma semana após o tornado, em uma noite de bebedeira, um grupo de cidadãos furiosos pegou em arma e rumou até o Palácio de Esmeralda com o intuito de depor Benjamin, declarar a independência de Esmeralda e instalar uma República.

A revolta foi suprimida pela guarda do palácio com algum esforço: Afinal, o contingente de soldados na ilha era minusculo e parte deles havia se juntado à revolta. Os responsáveis foram presos e suas armas confiscadas. O dano, entretanto, era muito maior do que as mortes causadas: A revolta enfraquecera as defesas da ilha.

E no Caribe, notícias se espalham rápido. Poucas semanas depois, uma frota de navios surgiu no horizonte. Sua tripulação, piratas que ouviram falar da revolta e que vieram pilhar a próspera cidade e sumir nas águas esmeraldas.

Contra aquela força, havia pouco que as defesas de Esmeralda pudessem fazer. A Guarda do Palácio foi dizimada e a cidade saqueada, deixando o povo de Esmeralda com menos do que já tinha e Benjamin, com a moral abalada.

O inverno fora, desta forma, avassalador. Benjamin olhou para as ruínas da cidade: causadas pelo tornado, pela revolta e pelo ataque pirata e percebeu que não poderia ser mais tão benevolente. O amor a um governante poderia vir de bons feitos, mas o respeito só viria com demonstrações de força. Sendo assim, para proteger a ilha de Esmeralda, tomou duas atitudes que consolidariam seu poder e as defesas da ilha.

A primeira foi a construção de um enorme forte na praia, seguido de uma expansão do exército colonial - ambos com expressa autorização do Rei. O forte defenderia a cidade tanto de invasores navais como também serviria de quartel-general para o nascente exército de Esmeralda.

A outra decisão foi a de legalizar o porte de armas por parte de todos os cidadãos de Esmeralda. Daquela forma, estariam todos aptos a defender a colônia de qualquer ameaça. A decisão também fortaleceria quaisquer futuros rebeldes e criminosos, mas era um risco que Benjamin estava disposto a tomar.

Go Pirates Go!
:pirata

Belo capítulo!